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Governo de SC corta metade das centrais de atendimento do Samu

O secretário do Estado da Saúde, Vicente Caropreso, anunciou que o governo do Estado reduzirá de oito para quatro o número de centrais de regulação de atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A informação foi divulgada no programa Conversas Cruzadas, da rádio CBN Diário, na terça-feira.

Conforme o secretário, o contrato com a Organização Social Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), de cerca de R$ 120 milhões por ano, será readequado. A estimativa é de uma economia de R$ 30 milhões anuais.

— A redução já foi definida pela secretaria e ocorrerá o mais breve possível. Tentamos outras saídas, mas essa é a melhor, a que tem uma flexibilidade muito grande de contratar e repor profissionais. Apostamos nesse modelo — disse Caropreso.

O secretário afirmou ainda que com a diminuição na quantidade de centrais, será intensificada a qualificação dos profissionais e dos processos e sistemas, garantindo “excelência na comunicação” entre todos os pontos do Estado.

A reportagem do DC entrou em contato com a Secretaria da Saúde nesta quarta-feira para ter mais detalhes das mudanças e saber quais as centrais que serão fechadas. Até as 11h30min desta quarta, a assessoria informou que Caropreso estava em audiência.

Para o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Estadual e Privada de Florianópolis e Região (SindSaúde-SC), é inevitável que o atendimento à população seja prejudicado. Diretor do sindicato, Wallace Fernando  Cordeiro avalia que a logística concentrada em apenas quatro centrais colocará em risco a agilidade do serviço:

— Em vez de chegar em cinco, 10 minutos, vai chegar pra atender em uma hora, porque vai demorar pra localizar. Cada região conhece a sua região. E como uma central que por exemplo atende a Grande Florianópolis, com 1 milhão de habitantes, vai dar conta de 5 milhões de pessoas, somando com outras regionais? Falam em economizar, mas vão é demitir médicos e técnicos.

A diretoria do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (Cosems) informou que nenhuma proposta sobre o assunto foi apresentada nas últimas semanas e que, caso isso aconteça, uma será feita uma completa análise da medida e de seus impactos.

Já a assessoria da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de SC (Fetessesc) disse que todos os diretores estão em reuniões nesta quarta e só poderia haver alguma manifestação sobre o tema na quinta-feira.

Proposta semelhante já foi discutida antes

A proposta de diminuir o número de centrais de regulação não é recente. Em julho de 2015, a Saúde estadual pretendia criar em Florianópolis uma Central Estadual de Regulação do Samu, em substituição às atuais oito centrais regionais.

Na prática, a operação das ambulâncias e o encaminhamento aos hospitais continuam os mesmos, mas a coordenação e a logística de funcionamento teriam uma central única, que receberia as ligações e distribuiria o atendimento. Com pressão de sindicatos e entidades médicas, porém, a ideia não avançou.

Na época, Caropreso era o vice-presidente da Comissão da Saúde da Assembleia Legislativa (Alesc) e, em entrevista ao DC, disse se tratar de uma medida “arriscada” e “radical”, mas que poderia ser aplicada sem maior prejuízo ao atendimento aos pacientes — desde que com muita atenção.

– A Secretaria de Saúde deve ter em mente o grau de responsabilidade que isso representa. Teoricamente, haverá mais demora nos atendimentos, e somente uma equipe extremamente ágil e competente poderia lidar com estes atendimentos sem afetar o serviço. Caso contrário, é uma atitude de risco – ponderou.

Diário Catarinense

 

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