Quando Taline de Nardi decidiu assumir a gestão da vinícola Santa Augusta, em Videira, junto com a prima Morgana, não tinha nem carteira de motorista. As duas jovens entraram no negócio da família em 2006 e, quatro anos depois, apostaram numa novidade. Criaram um produto diferenciado: o vinho biodinâmico.
O diferencial da bebida é que os agrotóxicos são substituídos por métodos mais naturais de controle de pragas e fertilização. Em 2012, foram produzidos 2 mil litros de vinho biodinâmico e, neste ano, são mais de 900 garrafas.
De acordo com Taline, o cultivo biodinâmico deixa a uva com uma casca mais espessa, o que melhora os índices de resveratrol, substância antioxidante benéfica ao coração. No vinhedo normal foram encontrados cinco miligramas de resveratrol por litro, enquanto o novo sistema tem mais de 77 gramas.
— É um vinho com coloração mais intensa, tem um tanino mais forte – explica.
O novo produto tem atraído muitos clientes e a meta é ampliar a produção. Para chegar a esse resultado as empresárias participaram de cursos e visitas a vinícolas do Rio Grande do Sul, França e Itália.
Vinícolas catarinenses buscam diferencial para conquistar outros mercados
Para o presidente da Associação Catarinense dos Produtores de Vinhos Finos, Leônidas Ferraz, a produção de vinhos biodinâmicos da Santa Augusta é um exemplo de que as vinícolas catarinenses estão buscando diferenciais.
— Santa Catarina está se especializando em nichos de mercado e em vinhos de qualidade.
A produção tem aumentado de 10% a 12% ao ano, mas o Estado não prioriza a quantidade, e sim a excelência do produto. Ferraz explica ainda que o produto catarinense é bastante consumido no mercado paulista, em Brasília e também no Estado.
As principais regiões produtoras de vinhos de altitude, com videiras cultivadas acima de 900 metros do nível do mar, ficam nas regiões de São Joaquim, Caçador e Campos Novos.
Darci Debona / DC