A mais tradicional prova de ciclismo por etapas do Brasil está de volta. Após dois anos de ausência no calendário, o Tour de Santa Catarina chega à 24ª edição entre os dias 16 e 21 de abril.
No desafio, os melhores ciclistas de estrada do país irão percorrer 561 quilômetros em cinco dias, incluindo a famosa escalada da Serra do Rio do Rastro, entre Lauro Müller e Bom Jardim da Serra.
O retorno da corrida é motivo de comemoração para o ciclismo brasileiro.
— Poucos (eventos) conseguiram ir tão longe. O Brasil carece de provas como o Tour de Santa Catarina, uma competição clássica que atrai os ciclistas por causa de seu alto nível técnico e etapas desafiadoras, como a célebre escalada da Serra do Rio do Rastro. Nossa luta agora é para que o Tour não sofra mais interrupções — diz o presidente da Federação Catarinense de Ciclismo, João Carlos Andrade.
Com o apoio do governo do Estado, das polícias Federal e Estadual e das prefeituras das cidades por onde passará a caravana do Tour, o evento está preparado para receber entre 100 a 150 atletas.
As mais importantes equipes de ciclismo do Brasil estão inscritas, entre elas a Funvic/Brasilinvest, de São José dos Campos (SP), a Memorial, de Santos (SP), e a DataRo, de Cascavel (PR). Equipes catarinenses como Avaí, Chapecó e Joinville, também estarão na disputa.
Este ano, a prova começa no litoral, em São Francisco do Sul, que já recebeu diversas etapas da competição. A largada será em frente ao Centro Histórico e vai percorrer 152 quilômetros até a cidade de Timbó.
As montanhas entram em cena na terceira etapa, entre Rio do Sul e Urubici, com 143 quilômetros e duas longas subidas de serra. Como já é tradição, o Tour de Santa Catarina tem seu final na Serra do Rio do Rastro.
A história
O primeiro Tour de Santa Catarina foi realizado no dia 21 de julho de 1987. Na época a competição era chamada de Volta de Santa Catarina e organizada pela LINCCI (Liga Norte-Catarinense de Ciclismo).
A primeira edição, que começou em Criciúma e terminou em Joinville, teve 653 km de extensão, cinco etapas, 11 equipes e 49 ciclistas. A primeira edição teve até um trecho de terra, entre Pomerode e Timbó, única ocasião em que uma etapa foi disputada fora do asfalto.
O primeiro campeão foi o mineiro Cássio Paiva, que bateu seu companheiro de equipe Pirelli, Robson Pacheco, por sete segundos. A primeira Volta pagou uma premiação total de Cz$ 57.500, e deixou um prejuízo de Cz$ 60 mil. O jornal “A Notícia”, de Joinville, foi o pioneiro a cobrir a Volta.
A prova foi o primeiro evento do ciclismo do Brasil transmitido ao vivo por uma emissora de televisão, a TV Eldorado, de Florianópolis, em 1989.
PROGRAMAÇÃO
16 de abril – 16h
Congresso técnico em São Francisco do Sul
17 de abril – Etapa 1 – São Francisco do Sul – Timbó
Largada às 9h. A competição começa no Centro Histórico de São Francisco do Sul, a cidade mais antiga do Estado de Santa Catarina. O percurso de 152 quilômetros atravessa localidades charmosas do Vale Europeu, como Pomerode e Rio dos Cedros, com chegada em Timbó.
18 de abril – Etapa 2 – Timbó – Ibirama
Largada às 9h. A prova entre Timbó e Ibirama tem percurso de 135 quilômetros e passa por localidades como Rodeio e Presidente Getúlio. O grau de dificuldade é considerado médio, já que há trechos de relevo acidentado.
19 de abril – Etapa 3 – Rio do Sul – Urubici
Largada às 9h. Após neutralização entre Ibirama e Rio do Sul, a etapa vai percorrer 143 quilômetros. No trajeto, o pelotão terá de enfrentar duas serras, a primeira em Alfredo Wagner e a segunda na chegada, na Serra do Panelão. Nesta etapa, de grau de dificuldade alto, os ciclistas irão passar de cerca de 200 metros de altitude para 1.200 metros de altitude.
20 de abril – Etapa 4 – Urubici – Bom Jardim da Serra
Largada às 9h. Apesar do percurso menor, de 85 quilômetros, os atletas vão encontrar um relevo de subidas e descidas com alto grau de dificuldade e vão atingir os 1.500 metros de altitude.
21 de abril – Etapa 5 – Serra do Rio do Rastro
Largada às 10h. Com saída em Orleans e chegada em Bom Jardim da Serra, o percurso de 46 quilômetros é o teste derradeiro da competição, com altíssimo grau de dificuldade. Na maioria das edições, o campeão foi definido na subida desta que é uma das mais conhecidas serras do Brasil.