O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) determinou que 100% dos servidores das áreas de saúde e educação de Joinville, retornem aos trabalhos. A sentença desta segunda-feira (26) amplia a concedida em primeira instância, na última quarta (21), a qual exigiu que ao menos 40% do quadro funcional destas áreas voltasse às atividades.
A decisão do TJSC saiu estabelece multa de R$ 50 mil ao Sindicato dos Servidores de Joinville (Sinsej) em cada dia de descumprimento da ação. O presidente do sindicato, Ulrich Beathalthe, afirma que a entidade ainda não foi notificada sequer da primeira decisão judicial. Apesar disso, ele adiantou que o movimento será mantido. “Nós vamos recorrer [assim que forem notificados] e vamos manter a greve do jeito que está. Não é nenhuma decisão judicial que decretará o fim da greve”, adianta Ulrich Beathalthe.
Cirurgias suspensas no Hospital São José
Conforme a Prefeitura, desde quinta-feira (22) o atendimento no Hospital Muinicipal São José precisou ser restringido. Na manhã desta segunda, 82 leitos estavam fechados na unidade por falta de equipe para atendimento. Conforme a instituição, 98 servidores não compareceram.
O primeiro e o quarto andares, de internação, estão fechados. Nestes locais são colocados os pacientes que saem de cirurgias e, por isso, os procedimentos agendados foram cancelados: uma média de 25 por dia. O Pronto-Socorro também atende em menor ritmo e é considerado uma das áreas mais afetadas pela greve.
Nesta segunda, dos sete postos de saúde fechados na última semana, dois continuavam sem atender ao público. Nas unidades de ensino, todas as escolas permaneciam abertas, mas as aulas eram ministradas conforme a possibilidade de escala dos professores que continuam trabalhando.
Negociações
As principais reinvindicações dos servidores são a revisão salarial de acordo com inflação, aumento de 8% e aumento do vale-alimentação, sendo o valor do benefício de R$ 195,30 para R$ 473 e extensão do benefício a todos os servidores. Em contrapartida, a prefeitura propôs a revisão da inflação em cota única, com reajuste dos salários em parcelas e o reajuste de 20% no valor do vale-alimentação, passando dos atuais de R$ 195,30 para R$ 234,36.
Ulrich Beathalthe afirma que continua aguardando uma nova proposta oficial da Prefeitura. “´Não apresentou nenhuma proposta nova oficializada. Nesta manhã, o Sindicato procurou a Prefeitura e não houve retorno”.
Por outro lado, o secretário de comunicação de Joinville, Marco Aurélio Braga, comentou que o município aguarda retorno da última proposta entregue quinta-feira (22). “Nós não voltaremos a conversar com o sindicato antes deles se manifestarem”. Conforme o secretário, o reajuste oferecido aos grevistas é o máximo de contraproposta possível sem comprometer a situação financeira dos cofres públicos.
“O valor do vale-alimentação por ano vai subir de R$ 13 milhões para R$ 23 milhões por ano. Além disso, a folha de pagamento deve chegar a quase R$ 700 milhões. Quase metade do orçamento da Prefeitura é para pagamentos. Se darmos um passo à frente podemos comprometer as finanças do município. E não queremos chegar na situação do início do ano em que tivemos que parcelar o pagamento dos salários do mês de janeiro”, conclui.