Durante a tarde desta quarta-feira (14), o deputado Romildo Titon (PMDB) permaneceu no Plenário da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) por menos de 15 minutos, segundo reportagem da RBS TV. Ele não quis falar com a imprensa e se limitou a dizer que não há “nada de novo”, referindo-se sobre o seu possível afastamento da Presidência da Casa (veja vídeo ao lado).
O político está afastado da presidência da Alesce desde o último 26 de fevereiro, por determinação judicial. Ele e outras 45 pessoas são investigadas pelo Ministério Público de Santa Catarina por irregularidades e desvios de verbas públicas em contratos de obras de saneamento básico em municípios catarinenses. Os trabalhos resultaram na Operação Fundo do Poço, em 2013.
Na tarde desta quarta havia expectativa pelo possível pronunciamento de Titon, o que acabou não ocorrendo. O líder da bancada do PMDB, deputado Moacir Sopelsa, disse que não vai interferir. “Temos que respeitar e deixar que essas posições venham da vontade dele. Não será a nossa influência e nem devemos ter essa influência sobre as suas decisões”, declarou.
De acordo com o presidente interino Joares Ponticelli (PP), a possível licença de Titon não afetaria o andamento dos trabalhos na Casa. “A Mesa vai continuar cumprindo o seu papel. Enquanto eu tiver a responsabilidade regimental de tocar a Casa, vamos continuar. E vamos cumprir a nossa missão durante o tempo que for necessário”, afirmou.
Nesta terça-feira (13), o político informou que não pretende renunciar ao cargo. Ele deve esperar pela conclusão do acórdão da sessão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça (TJSC) que manteve seu afastamento. A assessoria de Titon também informou que, por enquanto, o deputado não vai falar sobre o caso.
Investigação
Além do deputado, empresários e agentes públicos são suspeitos de integrar um esquema que fraudava procedimentos licitatórios destinados à perfuração de poços artesianos, desviando dinheiro público.
A investigação iniciou em 2009 pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A apuração desencadeou na Operação Fundo do Poço, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) em novembro de 2013.
No dia 26 de fevereiro, o deputado Romildo Titon foi afastado pelo TJ da Presidência da Alesc. A determinação de 180 dias de afastamento foi dada via liminar. A medida não afeta o exercício das funções parlamentares do político no cargo de deputado estadual. A Justiça também determinou a indisponibilidade dos bens do político.