Dzhokhar Tsarnaev, suposto coautor dos atentados de Boston, que permanece internado com ferimentos graves em um hospital, contou aos investigadores que seu irmão e ele realizaram os ataques para protestar contra as guerras dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão, publicou nesta terça-feira o jornal ‘”The Washington Post”.
O jovem de 19 anos anos está se comunicando com os investigadores federais por escrito e através de gestos, já que tem lesões na cabeça, pescoço, pernas e em uma mão.
Segundo funcionários próximos da investigação citados pelo jornal, Dzhokhar se referiu especificamente à guerra do Iraque, país do qual os EUA retiraram suas últimas tropas em dezembro de 2011, e a do Afeganistão, onde os soldados americanos permanecerão até o final de 2014, segundo o plano do presidente Barack Obama.
Das entrevistas com Dzhokhar, as autoridades também deduziram que ele e seu irmão Tamerlan, também suspeito do atentado em Boston e que morreu em um tiroteio com a polícia na sexta-feira passada, passaram por um processo de auto-radicalização, sem intervenção externa.
A mudança teria ocorrido por meio de páginas na internet e em função da rejeição ao comportamento americano em relação ao mundo muçulmano.
Dzhokhar também revelou que ele e seu irmão atuaram sozinhos, que não tinham contatos com grupos terroristas nacionais ou internacionais e que perpetraram os atentados por motivos religiosos.
Vários conhecidos dos irmãos Tsarnaev, de origem chechena, contaram à imprensa que Tamerlan, de 26 anos, tinha adotado há algum tempo um posicionamento islamita extremado.
Segundo Dzhokhar, seu irmão foi o mentor do atentado realizado na semana passada durante a Maratona de Boston com bombas fabricadas com panelas de pressão, que deixou três pessoas mortas, entre elas uma criança de oito anos.
Um total de 282 pessoas foram atendidas em diferentes hospitais de Boston após os atentados, segundo dados da Comissão de Saúde Pública da cidade publicados hoje pelo jornal ‘The Boston Globe’.
Dzhokhar Tsarnaev foi acusado na segunda pelo “uso de armas de destruição em massa contra pessoas e propriedades”, por isso poderia ser condenado à morte ou à prisão perpétua.