A abertura de novos mercados para a carne suína brasileira, na prática, ainda não deslanchou. Apesar de os números da produção estarem estáveis, em comparação com o mesmo período do ano passado, os suinocultores ainda travam uma batalha que parece sem fim para deixar a crise para trás.
Muitos atuam, há pelo menos dois anos, com as contas no vermelho. Além de um 2012 ruim, o embargo da Ucrânia à carne suína e o enfraquecimento das vendas no país aumentaram a oferta para o mercado local, o que derrubou o preço pago ao produtor.
Ontem, o estado anunciou mais uma medida paliativa para tentar ajudar o setor: reduzirá a alíquota do ICMS, um dos principais impostos sobre a carne suína, para 2%. Hoje, o índice figura em 12% para comercialização de suínos vivos.
A medida entra em vigor assim que o decreto no Diário Oficial do Estado for publicado, o que é previsto para os próximos dias. A validade será de 30 dias. A redução do ICMS traz alívio para os suinocultores, que sofrem com a queda dos preços nos últimos meses.
“Com este decreto, mesmo que por um tempo curto, calculamos, em princípio, que o custo de produção caia em torno de R$ 25,00 por animal”, antecipa o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi.
Após os 30 dias da medida, o pedido da entidade é para que o ICMS não volte ao patamar de hoje. “Queremos a manutenção da redução por mais tempo. Nossa sugestão para o governo é que manobre para que a alíquota fique em 4% para a comercialização de suínos vivos”, defende Losivanio.
Zahyra Mattar / Notisul