Hoje em dia, onde corrupção, morais questionáveis e outras mazelas humanas protagonizam a grande parte das noticias, uma atitude diferente chama a atenção. Como a que ocorreu semana passada no centro de Criciúma.
Enquanto voltava para casa, passando próximo à Praça do Congresso, por volta das 10 horas, o acadêmico e estagiário de Farmácia, Moncris Meis, ouviu um celular tocando “Escutei o toque de um celular, mas não tinha ninguém na rua essa hora. Eu voltei e percebi que vinha do chão o barulho. Foi quando vi o aparelho entre a calçada e a grama do edifício”, conta.
Mesmo estando sozinho na rua e tendo a oportunidade para pegar o aparelho para si, Meis não vacilou. Logo que chegou em casa, postou o ocorrido no Facebook na esperança de encontrar o dono.
“Eu fiquei até sentindo algo por ficar com o aparelho por quase 24 horas, sabendo que tinha alguém procurando por ele. Sei como é ter um bem estragado ou perdido, imagino que muitos iguais a mim passam trabalho para ter um aparelho como esse”, enfatiza Meis.
O post divulgado por Meis teve mais de 2490 curtidas, 730 compartilhamentos e 290 comentários na rede social. Entre eles, muita gente que queria se aproveitar da situação e ficar com o aparelho.
“A sorte que o aparelho precisa de quatro dígitos para ser desbloqueado. Vinha gente que tentava a senha até com letras, era engraçado”, ri ele.
Para ter certeza que somente o dono pudesse pegar de volta o aparelho, Meis pedia, além da senha de desbloqueio, o número do IMEI (sigla em inglês para Identificação Internacional de Equipamento Móvel), código que vem junto ao aparelho e na nota fiscal de compra.
Toda a mobilização deu certo e na noite do mesmo dia a dona do aparelho entrou em contato. “Eu confirmei a senha e o IMEI. Perguntei se ela queria passar aqui em casa para pegar o aparelho, mas como já era tarde ela preferiu deixar para o dia seguinte”, conta Moncris.
Gentileza gera gentileza
Como combinado, no dia seguinte a dona, que prefere não se identificar, foi buscar o aparelho. Para retribuir o favor de lhe devolver o celular, ela ofereceu uma quantia em dinheiro como recompensa, que foi recusado com Meis.
“Eu agradeci e não aceitei. Segui um conselho da minha irmã, que é pedagoga, e pedi pra aquela senhora comprar tudo em pipoca e balinha pra criança e fazer um dia diferente em alguma creche”, diz Meis.
Gabriel Bosa / Portal Satc