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Siderópolis aumenta produção de leite

Com grande potencial para atender as agroindustriais instaladas no município, Siderópolis produz abaixo do que poderia para atender as empresas de laticínios. Um trabalho de incentivo à produção de gado leiteiro desenvolvido pela prefeitura municipal e a Epagri da cidade vem dando bons resultados.

As 23 propriedades que fazem parte do Programa de Incentivo à Cadeia Produtiva de Leite (Pró-leite), iniciado em abril de 2011, viram juntas sua produção mais que dobrar saltando de 27 mil litros mensais para 60 mil litros mensais.

Segundo levantamento, o município tem a capacidade de processar 500 mil litros de leite/mês, mas hoje chega até 150 a 180 mil/mês que abastecem as quatro agroindustriais instaladas na cidade que possuem inspeção estadual e uma delas federal.

O jovem empresário, Ricardo De Mattia, de 27 anos é proprietário de um laticínio, juntamente com o pai há 10 anos. Neste período dobrou sua estrutura. “A ideia do projeto saiu daqui e levamos para a prefeitura e Epagri e juntos iniciamos o trabalho. Acho que, se temos laticínios na cidade, temos que batalhar pelo produto. Siderópolis não consegue abastecer as indústrias e precisamos buscar o leite nas cidades vizinhas”, explica De Mattia, que compra o produto também das cidades de Nova Veneza, Treviso, Içara, Lauro Müller e Cocal do Sul. Conforme, ele o custo de frete reduziria muito se todo o leite fosse abastecido por Siderópolis. “Quanto mais perto para buscar o leite melhor”, reforça De Mattia.

Melhora na estrutura

Dos 60 produtores que fornecem leite à indústria do empresário, quatro deles participam do Pró-Leite. “Percebemos que eles melhoraram suas pastagens, já que é o alimento mais barato para o gado. A estrutura das ordenhas também melhorou muito. Tudo isso contribui para a melhoria na qualidade do leite e na produtividade do produto”, destaca o empresário.

Para o médico veterinário e coordenador do Programa Pró-leite, Leomar Dalcin, o objetivo do projeto é aumentar a produtividade e a qualidade, reduzindo custos nas propriedades. “O projeto dará continuidade este ano e está aberto para que mais produtores possam se integrar”, convida. Todos aqueles que participam do programa precisam seguir os passos do projeto para que o resultado possa ser alcançado.

“Hoje a avicultura é a atividade mais forte no município, este trabalho vem buscando fortalecer esta cadeia produtiva. Estamos também aguardando chegar o incentivo do projeto Santa Catarina Rural – que apoia iniciativas direcionadas à melhoria da competitividade do setor agropecuário”, explica Dalcin, destacando que a tendência é a produtividade das propriedades continuarem em ascendência.

O programa também espera a liberação de outro recurso de R$ 60 mil conquistado para investir em pastagens, aquisição de animais e equipamentos, Além da melhoria das ordenhas, entre outros incentivos.

Migração para o leite
Conforme o coordenador do Programa Pró-leite, Leomar Dalcin, alguns produtores já trabalhavam com leite deixaram a atividade pela avicultura e agora voltaram novamente. Outros que trabalhavam na cidade estão migrando para a atividade. Para o empresário do Laticínio De Mattia, existe uma grande preocupação quanto à falta de mão de obra. “Os jovens não querem mais trabalhar na agricultura e isso dificulta a continuidade das propriedades”, opina.

Produção diária vai aumentar

A produção diária do empresário é de 120 mil litros/mês, mas espera aumentar este potencial ainda este ano. O carro-chefe da linha de produtos da marca Ric Lat é o queijo do tipo mussarela, somente do produto são produzidos de 12 a 15 toneladas mensalmente.

“Nós temos muita demanda e não temos produto suficiente, é difícil termos produto em estoque”, revela. Também são oferecidos pela marca bebida láctea, queijo provolone, queijo colonial, manteiga e creme de leite. “Estamos iniciando um trabalho onde um técnico visitará as propriedades para fazer coletas de amostras para medir o nível de gordura e proteína do leite e a partir disso orientar os produtores. Nosso leite daqui precisa ter o índice de gordura um pouco mais elevado”, explica.

Soro do leite para o gado
Como alternativa para aproveitar o soro do leite, o Laticínio De Mattia, resolveu criar 80 cabeças de gado para escoar o líquido. Os animais consomem diariamente quase cinco mil litros do soro. “Foi a maneira mais barata que tivemos para dar vazão líquida. Uma estação de tratamento de fluente no momento sairia muito caro”, encerra o empresário.

Quinto produtor nacional, Santa Catarina gera 2,2 bilhões de litros anualmente. Praticamente, todos os 190 mil estabelecimentos agropecuários produzem leite. O oeste catarinense responde por 60% da produção com cerca de 50 mil estabelecimentos rurais.

Preços estáveis no leite catarinense
O ano iniciou com o preço do leite cru em pequena elevação no mercado catarinense, mas as margens dos criadores estão baixas em razão do aumento dos custos de produção. Os valores de referência dessa matéria-prima calculados pelo Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite do Estado de Santa Catarina (Conseleite), para dezembro, aumentaram 1,6% e, para este mês de janeiro, estão projetados com mais 0,6% de reajuste. “É inédito, no mercado brasileiro, o ano começar com preços em elevação”, observa o presidente do Conseleite e vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), Nelton Rogério de Souza.

O leite foi uma atividade rentável em 2011 e 2012, apesar da elevação dos custos no ano passado. A pecuária leiteira – ao lado da avicultura e da suinocultura – também sofreu com o encarecimento dos grãos (milho e soja) no mercado interno.

Os preços de referência calculados pelo Conseleite para este mês, considerado o produto apanhado nas propriedades rurais e com Funrural incluso, são os seguintes: leite acima do padrão R$ 0,8325; no padrão R$ 0,7239 e abaixo do padrão R$ 0,6581 por litro. O mercado está praticando preços de R$ 0,80 a R$ 0,92.

Um ponto positivo de 2012 é que as famílias brasileiras ampliaram o consumo de produtos lácteos de maior valor agregado e de melhor qualidade à medida que aumentam sua renda. Este cenário foi constatado, principalmente, nas classes C, D e E, que também estão dispostas a pagar mais caro por estes itens. Essa tendência foi confirmada por estudo elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz , da USP.

Texto/Foto: Deize Felisberto – Clicatribuna

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