Caracterizada por vermelhidão, lesões papulares, inchaço localizado ou placas vermelhas na face, a rosácea é tão comum quanto a caspa. Mais frequente no inverno e em mulheres brancas, ela também pode ser confundida com a acne. Sim, ambas acometem a face, manifestam-se como pústulas (espinhas), mas as semelhanças param por ai. A rosácea e a acne são dermatoses totalmente distintas.
A prevalência da rosácea pode chegar até 10% da população geral — são mais de 45 milhões de pessoas afetadas em todo o mundo. Não se sabe com precisão a sua causa, embora já se admita que seus motivos causadores estejam relacionados com fenômenos psicogênicos, infecciosos, alimentares e climáticos.
— No inverno, há um grande aumento de pacientes com o problema. Devido às mudanças climáticas, há uma resposta vascular alterada que é responsável por surtos eritematosos na face. Este ‘flush facial’ é inicialmente de curta duração e vai se prolongando com o passar do tempo — explica o dermatologista Anderson Bertolini.
Inicialmente, a rosácea se manifesta como vermelhidão intermitente nas bochechas, no nariz ou na testa, ocorrendo quando a pessoa faz esforços, se expõe a frio ou calor intenso ou ingere alimentos fortes e bebidas alcoólicas. Com o tempo, a vermelhidão se torna persistente e podem aparecer vasos dilatados nesses locais. Muitas pessoas com rosácea desenvolvem também pequenas bolinhas vermelhas (pápulas) e bolinhas com pus (pústulas), lembrando um quadro de acne. De acordo com Bertolini, em casos prolongados e graves os pacientes também podem desenvolver rinofima, que é um aumento do volume do nariz com alteração da coloração.
— Em alguns pacientes a rosácea pode afetar também os olhos, causando irritação e sensação de corpo estranho.
A rosácea é mais frequente em mulheres entre 30 a 40 anos, sendo a pele branca a mais predisposta. Este tipo de pele é também mais propensa à vasodilatação e, por ter menos melanina, é mais desprotegida e sofre com mais frequência com o fotoenvelhecimento e com degeneração do colágeno e das fibras elásticas.
Não há cura para a rosácea, porém a dermatose pode ser controlada topicamente com a aplicação de fórmulas à base de substâncias como metronidazol, ácido azeláico, nicotinamida e, mais recentemente, tacrolimus e pimecrolimus, imunomoduladores que bloqueiam a resposta inflamatória da pele.
— Outra opção de tratamento é a luz intensa pulsada, com sessões mensais. Em casos mais graves, é possível até diminuir o intervalo entre as sessões para 15 dias. Em pacientes que não respondem à terapia tópica, são utilizados medicamentos via oral. Neste caso, a proteção solar é recomendada — diz o médico.
Fatores que têm sido apontados como causas da rosácea:
– Predisposição constitucional
– Hipertensão
– Fatores psicogênicos
– Seborreia
– A presença de agentes infecciosos
Alguns agravantes do problema:
– Bebidas quentes
– Álcool
– Luz ultravioleta
– Vento
– Frio
– Medicamentos vasodilatadores
– Fatores emocionais