Criciúma sediou no início da semana o Seminário Gestão em Rede: a vigilância da morte materna, infantil e fetal. A cidade apresenta o maior índice de mortalidade materna em Santa Catarina e cerca de 80 especialistas participaram do evento para discutir a implantação da Rede Cegonha no município. Trata-se de um programa do Governo Federal com objetivo de reduzir o número de mortes de mães e bebês durante a gestação ou em até dois anos após o nascimento.
A Rede Cegonha foi criada em 2011 pelo Ministério da Saúde e será implantada de forma gradativa em todo o país com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a secretária de Saúde de Criciúma, Geovânia de Sá, que também participou do seminário, o município já apresenta diretrizes no que diz respeito ao atendimento de mães e bebês, mas o programa do Governo Federal vem para padronizar esses atendimentos.
“A Rede Cegonha estipula o acompanhamento médico das mães desde o planejamento familiar, passando pelo pré-natal, nascimento do bebê, primeiros cuidados e amamentação. O acompanhamento deve ser feito até os dois anos da criança. Devem ser detectadas as situações de risco e garantido o atendimento mais seguro para mães e bebês. O principal objetivo é diminuir os índices de mortalidade materna, não somente em Criciúma, mas em todas as cidades brasileiras”, explica Geovânia.
No momento, conforme a secretária, são estudadas as situações que podem ter levado Criciúma ao patamar de cidade com maior número de mortes de recém-nascidos dentre os municípios catarinenses. “O município já aderiu ao programa. Alguns recursos vêm do Governo Federal, mas também é preciso investimento daqui. Tudo isso está em fase de aprovação, para garantir o melhor as mães e crianças”, garante a secretária.
Saiba mais – O número mais atualizado de óbitos de mortalidade materna que se tem no Brasil é de 2011, quando cerca de 1,5 mil mulheres perderam a vida. Santa Catarina não está no pelotão de frente deste problema, mas teve 26 óbitos em 2012. No estado, o destaque ficou para a região Sul, especialmente em Criciúma, segundo levantamento do Ministério da Saúde realizado em 2012. Foram 18 mortes a cada bebê nascido, sendo que o índice catarinense em relação a outros estados brasileiros é de 10,6 mortes a cada mil nascimentos. As outras regiões que também merecem atenção são a Grande Florianópolis, Joinville e o Planalto Serrano.
Vanessa Amando / Engeplus