Proprietários de terras das áreas que irão integrar o futuro Parque Estadual Serra do Rio do Rastro se reuniram, na noite dessa terça-feira (19), com autoridades do município de Lauro Müller a fim de discutir a criação do parque. O processo está sendo elaborado pela Fundação do Meio Ambiente – Fatma, como forma de compensação ambiental em decorrência da instalação dos parques de geração de energia eólica, construídos em Bom Jardim da Serra.
O encontro foi organizado pelos próprios proprietários, que não concordam com a criação desta unidade de conservação. “O que mais nos causa estranheza é que o município que mais vai ser prejudicado é Lauro Müller. Com a criação deste parque, não teremos benefícios e ainda iremos perder o direito sobre nossas terras, talvez até mesmo da Serra do Rio do Rastro, que é o que temos de mais precioso”, disse Claudio Lottin, um dos proprietários de terra.
Baseado na Lei 9.985, de junho de 2000, que institui o Sistema Nacional das Unidades de Conservação, o grupo discutiu uma série de fatores que irão interferir diretamente nos interesses do município. Segundo Lottin, a lei estabelece que com a criação do parque, a partir da área limite, pode ser criada uma zona de amortecimento variando de um a três mil metros em linha reta. “Mesmo que nossas propriedades não estejam na área do parque, existindo essa área de amortização, não poderemos mais fazer nada em nossas terras”, destacou o proprietário.
O prefeito de Lauro Müller, Fabrício Kusmin Alves, que participou do encontro, defendeu o interesse do município. “Vamos nos organizar e procurar saber o que realmente será feito. Caso seja isso que estamos pensando, não podemos aceitar, pois iremos perder terrenos com grandes potenciais turísticos para o futuro de nosso município”, defendeu o prefeito.
Uma comissão, composta por dez representantes, entre proprietários, vereadores e representantes do Poder Executivo, foi montada com o objetivo de liderar os próximos encontros. O grupo irá produzir um relatório mostrando que o município tem interesse na área, pois muitos proprietários já estão investindo no turismo e outros dependem daquelas terras para sobreviverem. Com este material em mãos, os proprietários irão mobilizar toda sociedade e as forças políticas nas esferas estaduais e federais para se manifestarem contrários a criação do parque.