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Preso o suspeito de assassinar a adolescente

Um jovem de 20 anos foi apontado pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) como o principal suspeito de ter assassinado a adolescente Mariana Matei, 15 anos, em Tubarão, na última sexta-feira. Leonardo Rocha foi encontrado ontem pela polícia em um hotel em Lages, onde pegaria um ônibus com destino ao Paraguai, e encaminhado ao Presídio Regional da Cidade Azul, na tarde de ontem.

Conforme o jornal NotiSul, a morte de Mariana chocou a população da região. Deitada de bruços, o corpo da adolescente foi encontrado em meio a um matagal no bairro Congonhas na manhã da última sexta-feira. Exames apontaram que ela foi vítima de traumatismo craniano. Mais de 40 pessoas, entre amigos, parentes e conhecidos da vítima, foram ouvidos pela polícia durante as investigações.

A garota era moradora do bairro São João e estudava no Colégio Henrique Fontes. O seu corpo foi sepultado no dia seguinte, na comunidade de Pedrinhas, em Pedras Grandes.

“Após encontrarmos o suspeito na manhã de hoje (ontem) na serra catarinense, cumprimos o mandado de prisão temporária. O trouxemos para Tubarão e o levamos ao local do crime. No caminho, ele começou a mostrar sinais de arrependimento”, detalhou o delegado da DIC, responsável pelo caso, Rubem Antônio Teston da Silva.

O investigador contou que, durante o percurso até o bairro Congonhas, Leonardo recebeu muitos questionamentos da equipe, viu várias fotos da ocorrência, soube da repercussão social e começou a dar sinais de situação pós-traumática.

“Já no local, ele começou a falar que se lembrava de ter estado na mesma estrada. Relatou ainda que naquela noite recordava de ter acordado às 6 horas, no quarto em casa, e caminhado até o banheiro, onde diz ter ficado surpreso ao ver toda a sua roupa suja com muito sangue. Verificou que não era de um ferimento seu, tomou banho, pegou todas as peças e as lavou, sem saber o que havia ocorrido”, descreve Rubem. Segundo ele, o rapaz disse não saber o que aconteceu e somente tomou conhecimento do caso pelas redes sociais.

O delegado Rubem destaca que os próximos passos da investigação vão esclarecer o objeto utilizado no assassinato

Mensagens indicavam suposto suicídio

Na noite desta quarta-feira, a namorada de Leonardo Matheus Rocha pedia ajuda nas redes sociais ao divulgar o seu desaparecimento. “Meu namorado desapareceu às 15 horas dessa quarta-feira, por favor, divulguem. Se por acaso alguém viu depois das 15 horas me liguem… Ele tem aproximadamente 1,94 de altura, olhos claros e cabelo claro liso. Recebi uma mensagem dele de despedida e depois não consegui mais contato com eles. Todos estão desesperados”, postou a jovem.

De modo instantâneo, a mensagem recebida pela namorada foi compartilhada pelo aplicativo whatsapp. No texto, ele dizia: “Não sei por onde começar, e a decisão que tomei não foi nada fácil, por causa de ti, da mãe, do pai… e de todos mais próximos… Não aguento mais chorar em pensar que nunca mais vou sentir o melhor abraço do mundo… Um dia quero olhar pra ti lá de cima e ver tu uma mulher formada… Uma mulher completa, com sua vida e tudo perfeito, viu? E também quero que tu dê muita força pra mãe, ela vai precisar e muito, pois ela era minha rainha e tu, a minha princesa, quero que vocês cuidem uma da outra juntas, e que jamais esqueçam de mim… Eu tentei te dar os melhores últimos momentos… Hoje foi o nosso último dia juntos aqui na terra, e aguardo você lá em cima”.

Às 18h48min de quarta-feira, Leonardo enviou uma mensagem pelo aplicativo em que também se despedia de um amigo, conforme cópia (print) na imagem ao lado esquerdo. De acordo com o delegado Rubem Antônio Teston da Silva, as mensagens foram enviadas após a fuga e serviria para despistar as investigações com um suposto suicídio.

pag 3 - mensagem desaparecimento DESFOQUE(1)

Os caminhos até a prisão

O delegado Rubem Teston da Silva, da Divisão de Investigação Criminal (DIC), explica que a polícia trabalhou nas investigações com a estratégia de utilizar as informações iniciais, na qual apontavam a existência de um jovem (adulto) que já havia uma suspeita nas redes sociais de ter saído com a Mariana no dia do crime.

“Partimos desta ligação entre a vítima e o primeiro suspeito e passamos a acompanhar. Damos ‘corda’ para que o próprio apresentasse elementos que nos ajudasse. Utilizamos todas as técnicas possíveis de informação com a visualização de filmagens, testemunhas e verificação dos álibis apresentados na versão do suspeito, que foram caindo um a um”, descreve Rubem.

Um dos fatos que chamou a atenção dos policiais foram as imagens de um carro que aparecia nas proximidades da casa de Mariana, no bairro São João e na localidade de Congonhas. “Nas câmeras via-se um veículo Gol, branco, com os retrovisores pretos, sem calotas e modelo geração cinco. Esta informação passou a ser verificada em cada pessoa que vinha depor, entre elas o principal suspeito. Todas as vezes que ele esteve na delegacia nunca veio com este carro, usava outros veículos”, explica Rubem.

Conforme o delegado, ao ser pressionado sobre o veículo e outros detalhes, o jovem ficava cada vez mais nervoso. “Quando ele se viu sem saída, abandonou o trabalho na tarde de quarta-feira e desapareceu do município. Vimos pelas imagens da rodoviária, ele pegou um ônibus em direção a Curitibanos. Seguimos esta pista e com a ajuda da polícia local desta cidade, foi verificado que ele desceu em Lages, onde foi capturado”, completa Rubem.

O carro de Leonardo também deverá passar por perícia para maiores informações sobre o crime
O carro de Leonardo também deverá passar por perícia para maiores informações sobre o crime

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