No inverno de 1676, o bandeirante Domingos de Brito Peixoto chegava em Laguna. Passados 338 anos, a vila se transformou numa cidade com 42 mil habitantes.
Hoje, ponto facultativo, a programação é especial para comemorar o aniversário da cidade. Para o presidente da Fundação Lagunense de Cultura, Leonardo Pascoal, a ideia das festividades é incentivar a cultura no município. “Queremos valorizar nossos artistas e as atividades que a população de Laguna aprecia”, disse Pascoal.
O prefeito Everaldo dos Santos salienta o desenvolvimento pelo qual a cidade está passando. “Estamos transformando a cidade. Pagamos dívidas e agora vamos colocar a casa em ordem. Daqui para frente muitas obras acontecerão”, salientou o prefeito.
Com 338 anos, Laguna tem história para contar, que começou com o povo pré-histórico, colonização açoriana e resultou num conjunto arquitetônico tombado pelo patrimônio nacional, belas praias, um dos maiores sítios arqueológicos de sambaquis da América e diversas peculiaridades de uma cidade que se transformou em roteiro histórico cultural.
De acordo com levantamento do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), o município conta com 43 sítios arqueológicos, de artefatos do povo sambaqui e dos guaranis.
Foi em 1676, em 29 de julho, que o bandeirante vicentista Domingos de Brito Peixoto chegou em Laguna. Por ser devoto de Santo Antônio, batizou o lugar como Santo Antônio dos Anjos de Laguna. A primeira providência foi a construção de uma capelinha, construída de pau a pique, mesmo local da atual. Poucos moradores fixaram residências na localidade neste período.
Segundo o historiador Antônio Carlos Marega, Laguna foi colonizada em duas etapas: a primeira, no século XVIII, meados de 1740, desbravou a região costeira da Lagoa Santo Antônio dos Anjos, região que vai do Bananal até a Madre, passando por Ribeirão Pequeno.
Já na segunda etapa da colonização, na primeira metade do século XIX, com o crescimento do porto, os chamados Portugueses do Continente trouxeram o desenvolvimento econômico para a cidade. “Foram eles que injetaram dinheiro no local, formando a cadeia genealógica (famílias tradicionais) e a cultura lagunense”, acrescenta o historiador. Em 1847, por Decreto Imperial, Laguna foi elevada a categoria de cidade.
LG proporciona opções no turismo
A experiência de apreciar paisagens que nunca se repetem é um dos benefícios que só o turismo de natureza pode proporcionar. Laguna é um campo de exploração. Mas esse tipo de turismo engloba ecoturismo, turismo de aventura e até educacional.
Observação de botos e baleias, caminhadas em morros e na beira da praia, passeios de bicicleta, surfe, canoagem e outras modalidades aquáticas formam a variada gama de opções que vão da praia de Itapirubá ao Farol de Santa Marta, em torno de 20 praias.
Aos 338 anos, Laguna tem vocação para ser um dos destinos preferidos dos amantes da natureza. Praias desertas como a do Gravatá e a Manelone (também conhecida como Praia do Siri) reservam cenários exuberantes. Para chegar lá, somente por trilhas a pé.
O interior é um campo ainda inexplorado. Cachoeiras podem ser vistas em quase todas as comunidades. A mais famosa, do Parobé, quando está cheia, é um espetáculo da natureza, praticamente intocada. Outro “interior” que enche os olhos, na fronteira com Imaruí, é o Perrixil. Lagoa calma, protegida do vento e com vegetação encantadora. Além disso, Laguna reserva um belo Centro Histórico, com mais de 600 edificações tombadas pelo patrimônio histórico. Futuramente, a Ponte Anita Garibaldi, em construção, será o mais novo cartão postal de Santa Catarina.
Fonte: Diário do Sul