As lojas brasileiras começaram, nesta terça, a comercializar o tão esperado iPad mini, novo tablet da Apple. A demora em lançar o produto, que começou a ser vendido no exterior em outubro do ano passado, se deve a dois motivos, segundo fontes ouvidas pelo site de VEJA: à produção nacional do novo tablet e a problemas burocráticos com a Receita Federal.
A Apple tem por hábito testar os mercados utilizando lotes importados da China antes de produzir aparelhos localmente. Contudo, colocou em prática uma estratégia diferente no Brasil para tentar baratear o tablet – iniciou, em janeiro, a montagem do iPad mini na planta da fabricante taiwanesa Foxconn, em Jundiaí, sem importar lotes prévios. “A tendência é que, a partir de agora, todos os produtos sejam feitos diretamente no Brasil, sem necessidade de importação prévia”, disse um executivo próximo à Foxconn.
Contudo, ainda que a montagem tenha ocorrido localmente, as peças continuam sendo importadas da Ásia. Uma fonte próxima às negociações afirmou ao site de VEJA que um problema na renovação da licença da Linha Azul (um canal criado pela Receita Federal para facilitar a importação de peças) fez com que a montagem ficasse comprometida e o lançamento atrasasse ainda mais. Segundo publicou o site da VEJA, a previsão de lançamento do produto era para a segunda quinzena de maio. A Receita Federal informa que 48 empresas instaladas no Brasil, incluindo a Foxconn, estão habilitadas a operar sob esse modelo.
Outra mudança que ocorreu ao longo dos últimos meses foi a estratégia de preço da Apple. A ideia da companhia era montar os tablets localmente para conseguir chegar a um preço mínimo próximo de 1.100 reais. Contudo, segundo apurou o site de VEJA, mesmo antes da disparada do dólar (que ocorreu em maio deste ano), a empresa já havia definido que trabalharia com margens maiores, reafirmando sua estratégia de cobrar, no Brasil, um preço muito acima do praticado em outros mercados.