Maior produtor nacional de maçã, Santa Catarina solicitou ao Ministério da Agricultura e Pecuária a retirada da fruta da pauta de negociações com a China. A abertura do mercado brasileiro para a maçã chinesa representa um altíssimo risco socioeconômico aos produtores, além de riscos fitossanitários à cultura da macieira.
Santa Catarina responde por 48% da área plantada no Brasil, com uma produção que, na safra 2021/2022, superou a marca de 15 mil hectares de área colhida. O estado foi responsável pela produção de 572 mil toneladas e contou com cerca de três mil pomicultores.
Conforme a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), os investimentos necessários para a implantação de um pomar de alta tecnologia no Brasil chegam aos R$ 150 mil por hectare, sem a terra. Além disso, anualmente é preciso implantar pelo menos 2 mil hectares de renovação de áreas apenas para manter a atividade anual. A abertura para o mercado chinês poderia comprometer a renda de milhares de famílias ligadas a este setor produtivo, tanto de maneira direta quanto indireta.
Santa Catarina é referência internacional em sanidade vegetal e faz parte da única região do mundo a erradicar a Cydia pomonella. A praga, também conhecida como traça da maçã, pode causar grandes prejuízos aos produtores rurais e está longe do território catarinense há dez anos. Conforme a Associação Brasileira dos Produtores de Maçã, o risco fitossanitário de introdução da praga a partir da importação de maçãs da China é considerado altíssimo. A Cydia pomonella é considerada o pior inseto praga da fruticultura no mundo.
“A exportação no caso por parte do chineses, de maçãs, aqui pro Brasil, isso é uma ameaça extremamente relevante, muito importante que pode incluir livre significar aí uma redução drástica do tamanho do setor no Brasil, e até mesmo seu desaparecimento por uma série de motivos”, alertou o diretor executivo da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ANPM), Moisés Lopes de Albuquerque, durante o Cruz de Malta Notícias desta sexta-feira (17).
Ouça abaixo a íntegra da entrevista: