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Idosa que atirou em ladrão dá dois tiros e acerta o alvo em teste proposto pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul

A idosa Odete Prá, 88 anos, deu dois tiros em um estande, em Caxias do Sul (RS), e acertou o alvo. Ela foi levada ao lugar após a reconstituição do crime que resultou na morte de um assaltante, em junho de 2012. Odete reafirmou à polícia que atirou no bandido que invadiu o seu apartamento.

A imprensa não teve acesso ao interior do apartamento, onde houve a reconstituição, e nem ao teste de tiro da idosa. O objetivo da polícia era verificar se ela tinha força para disparar a arma. Na saída, Odete falou com a imprensa.

— Foi triste relembrar o fato no meu apartamento, porque nunca tinha matado ninguém e não sabia o que fazer naquela hora — afirmou a idosa.

Questionada sobre o teste de tiro, disse:

— Eu gostei de atirar, dei dois tiros lá dentro.

A filha que a acompanhava informou à imprensa que a mãe acertou o alvo.

O delegado Joigler Paduano afirmou que os dois tiros foram em linha reta, mas os alvos estavam já utilizados e ele acredita que as balas foram na parede. De qualquer forma, ressalta que o objetivo era medir a força da idosa.

— Ela tem plenas condições de atirar — garantiu o delegado.

Por enquanto, ele não trabalha com a hipótese de ter outra pessoa no apartamento além de Odete e a vítima. Porém, o delegado continua com uma dúvida, que não revelou para a imprensa, e por isso tanto a idosa quanto seus familiares serão convocados a prestar depoimento novamente.

Entenda o caso

A idosa Odete Hoffmann Prá confessou ter matado um arrombador que invadiu o apartamento dela, no Centro de Caxias, por volta das 17h do dia 9 de julho de 2012, um sábado. Ela usou um revólver calibre 32 para dar três tiros no homem, que morreu enquanto era socorrido. No mesmo dia, à noite, Odete prestou depoimento no plantão da 2ª Delegacia de Pronto-atendimento (2ª DPPA). No início, o caso foi tratado como legítima defesa.

Na segunda-feira, dia 11 de junho de 2012, Odete Hoffmann Prá foi indiciada por homicídio e posse ilegal de armas. A tese de legítima defesa não foi analisada pela polícia, que precisou indiciar a idosa como autora de um homicídio, já que houve crime. O arrombador morto foi identificado com Márcio Nadal Machado, 33 anos. Ele estava em liberdade provisória e era suspeito de furtos na área central de Caxias do Sul.

Em outubro de 2012, peritos do Instituto Geral de Perícia (IGP) não encontraram indícios de pólvora na mão de Odete. Outra linha de investigação passou a analisar a presença de outra pessoa na residência no momento da morte. No mesmo dia da divulgação do resultado negativo do laudo que detecta a presença de pólvora na mão de quem dispara arma de fogo, a idosa reafirmou ser autora da morte do assaltante.

Em novembro do mesmo ano, um exame feito na arma usada para matar Márcio Nadal Machado não concluiu se foi realmente a idosa quem disparou contra o bandido. A perícia foi realizada para determinar a pressão necessária que deve ser empregada no gatilho para que a arma seja acionada. A arma estaria guardada há mais de 30 anos em um armário no quarto da aposentada. A polícia queria saber se a mulher teria força suficiente para conseguir fazer os disparos.

DC

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