Por: Eduardo Madeira | Jornalismo Cruz de Malta
Em busca de uma resolução dos problemas do fornecimento de energia nas áreas rurais catarinenses, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc) cobrou mais investimentos da Celesc. Em entrevista por telefone à Rádio Cruz de Malta, o presidente da Fetaesc, José Walter Dresch disse que há tempos não há aplicação de recursos no interior e considerou a região catarinense com uma das piores situações do país em eletrificação rural.
“A Celesc poderia ter feito esse investimento e ainda não fez. Precisamos ser coerentes e dizer que a Celesc não tem feito investimento algum nos últimos anos”, afirmou Dresch, durante o Cruz de Malta Notícias.
Para o presidente da Fetaesc, a empresa possui 42 mil quilômetros de rede no estado que precisariam ser substituídas de monofásicas para trifásicas. Ele relatou que diversos agricultores estão perdendo produção em razão do aumento do custo de produção, ocasionadas pelos problemas de eletrificação.
Dresch sugeriu a implantação de fontes alternativas de energia. “A Celesc se mostra simpática a ideia, mas precisa da mão do governo, do envolvimento do setor privado para que possamos fazer a geração de energia alternativa e possamos baratear o custo de energia alternativa no meio rural, que é alto e influencia no custo de produção. Temos empresas parceiras para fazer pesquisas, estudos em cima dessa viabilidade para que o agricultor não seja empurrado para uma fria que não dê resultado. E nós vamos continuar seguindo esse pensamento, até porque entendemos que no universo em que vivemos, qualquer centavo faz diferença”, avaliou o presidente.
De acordo com Dresch, a Celesc alegou estar fazendo o possível para solucionar o problema, mas disse discordar de alguns pontos defendidos pela empresa. “A questão dos quilômetros de rede, que são 42 mil; cortes de energia que é por conta da vegetação que cresce nas linhas de transição; e alega que os investimentos não acontecem porque ela é regulada pela Aneel, que não permite que seja feito investimentos onde não há retorno, e nós não concordamos com isso”, afirmou.
O presidente da Fetaesc ainda fez um apelo as lideranças. “Os governos precisam olhar para o meio rural como um local onde se produz produto, mas se vive gente, e essa gente precisa viver com dignidade e segurança e não é isso que vem acontecendo nos últimos anos. O governo precisa ter outro olhar”, finalizou Dresch.
Ouça abaixo a entrevista completa: