Um dos crimes mais antigos da humanidade – o furto de gado – voltou a ser praticado com surpreendente reincidência em Santa Catarina, lesando produtores rurais, o que levou a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) a solicitar medidas especiais da Secretaria de Segurança Pública.
Conhecido na linguagem jurídica como abigeato, o furto de gado bovino vem sendo praticado em várias regiões catarinenses, especialmente em Ponte Serrada, Água Doce, Campos Novos e Braço do Norte.
De acordo com levantamentos dos Sindicatos Rurais, as táticas empregadas sugerem que se trata de uma quadrilha especializada nesse tipo de crime.
O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, observa que para furtar tamanha quantidade de animais é necessária estrutura operacional de veículos, galpões e pessoas, o que somente uma quadrilha especializada poderia ter. No passado, os criadores já contrataram investigadores particulares que apuraram indícios sobre os autores do crime.
A Faesc pediu ao governo do Estado a criação de uma patrulha policial para atuar nas áreas rurais e reprimir o abigeato. Além dos prejuízos aos criadores, esse crime contra o patrimônio desestrutura a base produtiva pela perda de animais de corte, de leite e de reprodução, cujo material genético é de alta relevância para a expansão do setor.
Pedrozo considera essencial uma intervenção articulada entre a Polícia Civil, a Polícia Militar e Vigilância Sanitária de Santa Catarina para investigação e fiscalização sobre o desaparecimento e a comercialização de bovinos. Além dos prejuízos econômicos aos criadores, esses furtos e roubos pode gerar sérios problemas de ordem sanitária, pois esses animais estão sendo abatidos e comercializados clandestinamente.
Esse pedido está sendo reiterado porque – em face dos inquéritos policiais continuarem inconclusos – os criadores temem nova onda de furto de gado na região do oeste, meio oeste e sul, estimulada pela impunidade dos abigeatários (ladrões de gado). O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Ponte Serrada José Foresti, por exemplo, relata que continua recebendo reclamações de associados referente ao aumento de roubos de cabeças de gado no município e nas comunidades vizinhas.
A Faesc informa que ainda não há levantamento da amplitude desse crime e da extensão dos danos aos produtores e empresários rurais.
Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional