Locomotivas a vapor, obras com tema ferroviário e fotografias, além de objetos antigos, fazem parte do acervo do Museu Ferroviário de Tubarão, em Oficinas. Segundo o presidente do museu, José Warmuth, o acervo é magnífico e está praticamente pronto.
“Um verdadeiro tesouro sobre a ferrovia se encontra aqui e não há nada similar no Brasil. Mas ainda não conseguimos inaugurá-lo por falta de recursos financeiros, seja por parte do governo federal, estadual ou municipal. Hoje, apenas nos mantemos por doações de particulares e uma pequena parcela dos passeios de trem que são realizados”, lamenta.
No local, encontram-se 23 locomotivas a vapor de cinco nacionalidades diferentes, sendo a mais antiga datada de 1900. “O acervo é riquíssimo. Temos ainda vagões, máquinas e equipamentos de uso específico destas locomotivas, uma pinacoteca com 80 obras relacionadas à ferrovia, 1,2 mil fotos e objetos antigos, como relógios, máquinas de escrever e telefones. Porém, faltam identificações nestes objetos e estamos atendendo de maneira precária, de portas fechadas, já que tem gente furtando as peças para vender no ferro-velho”, ressalta Warmuth.
O presidente do Museu Ferroviário acredita que os órgãos ligados à cultura deveriam dar mais importância ao local, como forma de perpetuar a história da ferrovia no Sul catarinense e no Brasil. “Eles precisam estar mais sensíveis quanto à importância desde espaço”, reforça.
Atualmente, para que o local seja aberto à visitação, pontua Warmuth, faltaria pouco. “Precisaríamos de uma recepção com loja de souvenirs, um abrigo para a guarda de reserva técnica, já que estamos sendo furtados, e o acabamento de um galpão – que foi erguido parcialmente mediante doação de particular -, bem como o paisagismo”, acrescenta.
De acordo com o diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura e Esporte, José Acco Jr., não há nenhuma tratativa de convênio com o Museu Ferroviário. “Mas a fundação está aberta ao diálogo. Warmuth já teria me procurado, mas a conversa foi sobre a visitação do museu, que estaria à disposição para visitas de escolas”.
Para visitar o Museu Ferroviário, é necessário fazer agendamento prévio.
Obra do galpão
Segundo o presidente do Museu Ferroviário, José Warmuth, a Sociedade Amigos da Locomotiva a Vapor, entidade sem fins lucrativos e dirigida por pessoas voluntárias, tenta há 17 anos montar o museu, sem alcançar os objetivos necessários para sua abertura. “Nosso estado de espírito é de decepção, desmotivação e tristeza. Até agora as autoridades não conseguiram se dar conta de sua importância”.
Ele ainda conta que receberam, recentemente, uma notificação da prefeitura, uma vez que o novo galpão teria sido construído fora do alinhamento. “Fomos informados que, se não houver correção, o mesmo será demolido. Se isso ocorrer, seria o sepultamento do museu e nos restaria desistir de levar o empreendimento adiante”, acrescenta.
O chefe da fiscalização da prefeitura, Ulisses Passarela, afirma que a notificação foi enviada este ano, pois a obra do galpão estava sem alvará e irregular, com pilares sendo construídos em cima do passeio público. “Foi dado um prazo para regularização, que já venceu. Eles apresentaram justificativa, que foi anexada ao processo administrativo e está em análise pelo setor jurídico”, explica Ulisses.
Tatiana Dornelles / Diário do Sul