Ao contrário do que diz a sabedoria popular, os raios atingem, sim, duas vezes o mesmo lugar. O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, por exemplo, é um dos alvos preferidos no país. O monumento é atingido em média seis vezes por ano. Em Santa Catarina, a região Sul do Estado está entre os locais em que devem ocorrer aumento no número de tempestades elétricas no fim deste verão.
O alerta é do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que prevê intensificação de registros de raios em Santa Catarina no final da temporada, que vai de outubro a março em todo país. A previsão do tempo indica que devem ocorrer pancadas de chuva praticamente todos os dias no final da tarde até o começo do mês de fevereiro. O verão é a estação em que mais ocorrem tempestades com raios.
É nesse período que são registradas a maior parte das descargas elétricas no Brasil, medidas pela Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do INPE, setor de pesquisa que faz estudos sobre o fenômeno desde 1989. O calor somado à característica de nuvens mais altas (e frias em seu topo) leva à criação dessa espécie de “tensão elétrica” que culmina na formação de raios.
— As altas temperaturas acabam gerando movimentos muito intensos nas nuvens, com o acúmulo de energia — explica o meteorologista da Epagri/Ciram, Erikson de Oliveira.
No Brasil, há uma média de 57,8 milhões de raios por ano, a maior quantidade registrada no mundo.
E a explicação é geográfica: por ser o maior país da chamada zona tropical do planeta, está em uma área onde o clima é mais quente e mais propício à formação de tempestades. Atualmente, morrem 130 pessoas vítimas de raios por ano no Brasil.
A cada 50 mortes por raios no mundo, uma é no país. Além das vítimas fatais, cerca de 500 pessoas ficam feridas. Em Santa Catarina, a média é de mais de três mortes por ano.