A duplicação do trecho sul da principal rodovia no estado e do país, a BR-101, deve, enfim, ser finalizada. Um trecho de cerca de um quilômetro, em Tubarão, entre as localidades do Fábio Silva, Morrotes, São João, Cruzeiro e Sertão dos Corrêas, onde estão o túnel do Morro do Formigão, a nova ponte construída no lugar da antiga (Cavalcanti) e o viaduto de acesso às duas últimas comunidades citadas, que ainda está em obras, será finalizado até o início do próximo mês. Com esta definição e após uma vistoria prevista para daqui a 13 dias, este último trecho está com uma agenda prévia marcada para o próximo dia 5.
A confirmação foi repassada ontem pelo próprio diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – Dnit, Valter Casimiro Silveira, em um encontro com o presidente da Frente Parlamentar em Defesa das BRs 101 e 285, o deputado federal Ronaldo Benedet – PMDB. A intenção do parlamentar na audiência com o diretor do órgão federal era buscar informações sobre o término das obras da duplicação da BR-101, em Tubarão, e sobre a pavimentação da BR-285, em Timbé do Sul, no extremo sul catarinense.
Valter pretende vir a Santa Catarina no próximo dia 18, para vistoriar, juntamente com representantes da Frente Parlamentar em Defesa das BRs 101 e 285, as obras da ponte Cavalcanti, na Cidade Azul, e o acesso ao túnel do Morro do Formigão. “Estou me programando para vistoriar as obras. Se tudo ocorrer dentro do previsto, dia 5 de agosto as obras serão inauguradas com a presença do ministro dos Transportes, Maurício Quintella Lessa”, planeja Valter.
Já são 8.420 dias de obras no trecho sul. O trecho norte do estado ganhou nova pista entre 1993 e 2003. Os primeiros operários chegaram ao ponto sul em 2005, com previsão de entrega dos trabalhos em 2009. São 220 quilômetros entre Palhoça, na Grande Florianópolis, e Osório, no Rio Grande do Sul.
Foram anos de prejuízos e de pressão pela duplicação
Além das filas, o atraso das obras de duplicação no trecho sul da BR-101 acarretou em prejuízos de até R$ 684 milhões para a economia da região. É o que apontou um estudo da Confederação Nacional da Indústria – CNI, que calculou as despesas adicionais com transporte e quanto o Produto Interno Bruto – PIB estadual foi impactado com o atraso da obra neste ano, quando a duplicação deve ser concluída integralmente no próximo mês, segundo anunciado ontem. Para Ilana Ferreira, analista de políticas de indústria da CNI, um dos grandes vilões pela morosidade foi a baixa qualidade dos projetos básicos.
Na história da obra, dezenas de representantes de entidades, instituições, imprensa e clubes de serviço abraçaram a causa Duplicação Já! O lema foi “Por amor à vida” e desencadeou o movimento que alertou sobre as centenas de mortes e o atraso no desenvolvimento dos municípios e regiões onde a rodovia ainda mantinha fluxo de pista simples. Gargalos considerados complexos, como a Ponte Anita Garibaldi, em Laguna, e o Túnel do Morro do Formigão, em Tubarão, também ficaram prontos com atrasos. A primeira marcha pela duplicação percorreu 348 quilômetros em 24 dias, de 10 de março a 2 de abril de 2004, partindo de Osório (RS) com destino a Palhoça.
Com informações do Jornal Notisul