Foram confirmados um caso de Febre de Chikungunya em Orleans e um em Braço do Norte. A informação foi divulgada no novo boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina – Dive nessa terça-feira (5). Além dos municípios, Laguna também aparece no relatório. Nos três casos, o Local Provável de Infecção – LPI é Pernambuco.
Na região, também há casos confirmados de Febre do Zika Vírus. Em Braço do Norte, importado de Sergipe; em Jaguaruna, investiga-se o Local Provável de Infecção; em Tubarão, importado do Rio Grande do Norte; e, em Urussanga, o Local Provável de Infecção é indeterminado, porém, também importado.
Em Orleans
Os dados são referentes à Semana Epidemiológica n° 13, que vai do dia 1º de janeiro ao dia 2 de abril. A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Orleans, Alana Patrício Stols, explicou que o exame do paciente, senhor de 62 anos de idade, já foi coletado no dia 19 de janeiro e encaminhado para o Laboratório Central de Saúde Pública – Lacen. Entretanto, por se tratar de um caso importado, o resultado foi divulgado apenas no fim de março, saindo neste último relatório da Dive.
“Esse senhor veio de Pernambuco em janeiro já com os sintomas. Como se tratava de um caso importado, o resultado foi liberado apenas em março. A prioridade está sendo dada para os casos autóctones, que são os adquiridos no próprio estado. Para acompanhar o paciente, eu entrei em contato e a filha disse que ele estava internado, com pneumonia. Contudo, o senhor não estava mais com os sintomas de chikungunya, que são fortes dores articulares. Por volta de duas semanas depois desta ligação, no dia 16 de março, ele faleceu. Mas não foi por conta disso. Não é uma doença que leva a morte, como a dengue. Uma consequência da chikungunya é o fato de as dores nas articulações poderem se tornar crônicas. Nem todos ficam com isso, mas a maioria sim”, afirmou.
Em Braço do Norte
Já em Braço do Norte, conforme a auxiliar de enfermagem da Vigilância Epidemiológica, Graziella Luzia Wernke, o caso foi notificado no dia 10 março, quando foi realizado o exame de coleta do material. O resultado chegou no dia 17, uma semana depois. O paciente possui 43 anos de idade. “Ele veio de Pernambuco já doente e foi confirmado através de exame laboratorial. Ele está sendo acompanhado pela Vigilância Epidemiológica e pela infectologista e foi encaminhado para o ortopedista, por sentir muita dor na articulação, principalmente do pé, no tornozelo”.
>> O que é Febre de Chikungunya?
É uma infecção viral causada pelo Vírus Chikungunya, que pode se apresentar sob forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evoluir para as fases: subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência de dor articular por meses ou anos). O nome da doença deriva de uma expressão usada na Tanzânia que significa “aquele que se curva”.
Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias em cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da febre de chikungunya e apresentar os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.
>> O que é Febre do Zika Vírus?
É uma doença causada pelo vírus Zika (ZIKAV), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti, infectado. Pode manifestar-se clinicamente como uma doença febril aguda, com duração de 3-7 dias, geralmente sem complicações graves.
Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Porém, quando presentes, a doença se caracteriza pelo surgimento do exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia, edema periarticular e cefaleia. A artralgia pode persistir por aproximadamente um mês.
Orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:
• Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
• Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
• Mantenha lixeiras tampadas;
• Deixe os depósitos para guardar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
• Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
• Trate a água da piscina com cloro e limpe uma vez por semana;
• Mantenha ralos fechados e desentupidos;
• Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
• Retire a água acumulada em lajes;
• Dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados;
• Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
• Evite acumular entulho, pois podem se tornar locais de foco do mosquito da dengue.
• Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
• Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya o Zika vírus, procure uma unidade de saúde para atendimento.
SUL IN FOCO