Segungo o site Engeplus, agricultores da região Sul do Estado estiveram reunidos na frente da JBS, em Forquilhinha, empresa responsável por mais dois abatedouros de aves na região Sul, que se concentram nas cidades de Nova Veneza e Morro Grande. Com nariz de palhaço, apitos e cartazes, os avicultores protestaram por melhores condições na produção das aves, que foram reivindicadas no segundo semestre de 2013 e, até o momento, não foram atendidas pela JBS. Entre a principal reivindicação está o valor pago por ave, estipulado em R$ 0,40. A categoria pleiteia entre R$ 0,60 e R$ 0,80 por animal. Durante o ato no início desta tarde, os avicultores rasgaram dois travesseiros com penas e espalharam na entrada da empresa, além de interromper a entrada e a saída dos veículos de carga por cerca de 20 minutos.
O setor da avicultura emprega 800 famílias e movimenta 15% da economia da região Sul. Conforme o presidente da Associação dos Avicultores da Região Sul de Santa Catarina, Emir Tezza, os avicultores darão um prazo até o dia 15 de abril para a JBS se manifestar e melhorar as condições aos trabalhadores. “Depois disto, iremos parar as atividades. Todos os produtores irão cruzar os braços”, antecipa. De acordo com Tezza, a situação está insustentável, pois os trabalhadores não conseguem lucro com a atividade.
O avicultor Alcidenei Fernandes afirma que o pouco lucro obtido nos aviários é destinado ao pagamento de dívidas. “Tenho aviário há dez anos e em 2013 foi o pior ano para trabalhar”, destaca. Fernandes possui 75 mil aves. Tezza destaca que desde 2007 os trabalhadores não recebem reajuste, alguns profissionais tiveram seus aviários fechados durante até nove meses e nada receberam neste período. Estruturas desmoronam com vendavais, sendo que o seguro foi contratado e imposto aos avicultores, a JBS não cobriu os prejuízos. Os produtores não têm nenhum direito a insalubridade, mesmo expostos a poeira, eletricidade, máquinas, motores, combustíveis, odores, gases tóxicos, fungos e bactérias, por exemplo.
A JBS adquiriu os três abatedouros da região, portanto, os avicultores se consideram de mãos atadas, pois a empresa é irredutível. Ainda segundo Tezza, a empresa cede os pintos e a ração aos produtores da região, que arcam com o resto das despesas, como energia, galpão, mão-de-obra e água. As aves precisam de uma temperatura determinada. No Inverno, o valor para o custeio de lenhas é grande. Já no Verão, o valor gasto com energia elétrica é alto. Além disso, muitas aves morreram em janeiro devido ao calor, sendo que os produtores tiveram que assumir o prejuízo.
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