“Sempre trabalhei e nunca precisei de ninguém. Nunca imaginei passar por uma situação dessas”, lamenta a criciumense Fabiani Martignago, de 42 anos, que teve complicações de saúde após a aplicação de uma injeção com medicamente nos glúteos.
Fabiani está internada no Hospital São José, de Criciúma, onde fica deitada boa parte do dia e está sem uma rotina ativa. “Estou aqui há quase um mês e vivi um momento em que o médico chegou a relatar que eu não resistiria. Nunca me imaginei nesta situação”, completa. A comerciante procurou a unidade de saúde 24 Horas do abirro Próspera, no dia 24 de março, onde teve apliacada a injeção por duas vezes, uma às 22 horas, no glúteo direito e a outra por volta de meia-noite, desta vez no glúteo esquerdo, pois as dores não haviam passado.
Fabiani passa os dias em um dos quatros da unidade hospitalar. Seu dia se divide em sessões de oxigenação hiperbárica, que acelera o processo de cicatrização do ferimento causado pelo medicamento aplicado nos glúteos da mulher. Além do tratamento médico, Fabiani tem as dores aliviadas por morfina, a cada quatro horas. “Sinto muitas dores durante o dia, mas elas já foram maiores. Além disso, me movimento muito pouco, estou presa”, conta.
Há seis dias a paciente se submete às sessões de oxigenação hiperbárica. Cada sessão tem duração de 1h40min. “Entro em um aparelho fechado e fico por mais de uma hora. Depois da sessão volto para o hospital com dores na cabeça, um pouco enjoada e com um pouco de frio”, explica. Conforme o fisioterapeuta Carlos Souza, que acompanha Fabiane há uma semana, seu caso apresenta evolução. “Por exemplo, ela já anda, senta, sem muitos esforços, isso não acontecia antes”, salienta.
As sessões de fisioterapia são auxiliadas pelo filho dela, Mauricio Goulart Rosa Filho, de 24 anos, que nestes momentos é seu maior companheiro. “Ele me auxilia, faço algumas sessões, caminho um pouco, mas não consigo ficar muito em pé, pois as dores se intensificam”, pontua. Além do filho, toda família visita, ajuda e apoia Fabiani.
A comerciante descarta ter sofrido alguma ação alérgica ao medicamento, o que poderia ter desencadeado sua complicação de saúde. “Acredito que possa ter ocorrido erro na aplicação da injeção, pois nunca tive nenhuma reação. Nós vamos a um posto de saúde e acontece isso”, lamenta Fabiani. “A injeção deveria ter sido dada no músculo, mas foi feita abaixo do local onde se concentra o músculo. O medicamento também não tem como ter uma reação alérgica, nunca houve um caso semelhante”, acredita Maurício.
Fabiani ainda lembra de um dos momentos mais críticos que passou durante sua internação. Logo quando chegou ao Hospital São José, ela foi submetida a uma debridamento, nome técnico do que seria uma raspagem na infecção. Neste período, Fabiani estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Uma semana depois, a comerciante passou por outro debridamento, neste estágio, um dos médicos que acompanha a comerciante chegou a comentar com a família que, àquele procedimento, seria difícil Fabiane resistir. “Ele comentou com a minha família: ‘Se ela não aguentar agora, ela vai morrer’. Se ainda estou viva é por causa de Deus”, recorda Fabiani.
Ela ainda não pensa em sair da unidade hospitalar. “Quero sair daqui quando estiver boa, não quero sair por sair. Dependendo da oxigenação, terei que fazer uma plástica para corrigir algumas imperfeições”, salienta.
Douglas Saviato / Engeplus