A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na tarde de ontem, terça-feira (16) a redução nos limites do teor de iodo no sal para consumo humano no país. O valor deve ficar entre 15 e 45 miligramas (mg) por quilo do produto, segundo a instituição.
Até agora, a Anvisa determinava que cada quilo de sal poderia conter de 20 mg a 60 mg de iodo. A resolução deve ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias junto com um cronograma de adequação para os fabricantes, afirma a agência.
A medida visa readequar o nível de iodo seguindo recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), diz a Anvisa. A OMS orienta que países com média de consumo de sal em torno de 10 gramas por dia utilizem uma faixa de iodação de 20 a 40 partes por milhão (ppm).
Uma consulta pública para a revisão do teor de iodo no sal no Brasil havia sido aberta em 2011 pela Anvisa.
No documento da consulta, a agência apontou dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008 e 2009, que indicavam que o consumo médio de sal no país por maiores de 10 anos de idade (8,2 gramas por pessoa por dia), associado ao sal usado em alimentos industrializados e aos consumidos fora de casa, “contribuem para um aumento de ingestão de iodo em nossa população”.
O excesso de iodo, de acordo com a OMS, pode levar ao surgimento de hipertireoidismo em idosos e à síndrome de Hashimoto, doença autoimune que atinge mais as mulheres na qual o próprio organismo produz anticorpos contra a glândula tireóide.
A indústria “atualmente tem capacidade para atingir a faixa proposta”, diz a Anvisa na consulta pública, ressaltando que em 230 amostras de sal analisadas, 93% delas já tinham teor de iodo entre 15 mg e 45 mg por quilo de sal.