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Agronegócio e empresas exportadoras avaliam impactos do protesto dos caminhoneiros em Santa Catarina

Com a trégua dos bloqueios nas estradas de Santa Catarina, a rotina produtiva e o escoamento de mercadorias dos setores mais afetados começam a ser normalizados no Estado. Entidades empresariais ainda estão cautelosas para falar sobre prejuízos e implicações nos custos, mas na área de criação de animais um número preocupante já desponta: a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que os prejuízos com os bloqueios das rodovias chegam a R$ 700 milhões nos três Estados do Sul. Como SC é responsável por cerca de um terço da produção, o prejuízo seria próximo de R$ 230 milhões no setor.

Os efeitos no agronegócio refletem no dia a dia do consumidor. Na região do Extremo-Oeste catarinense, onde os bloqueios se iniciaram e tiveram maior concentração, ainda faltam nas gôndolas de supermercados produtos perecíveis, como laticínios, frios, leite e derivados, ovos e carnes. Segundo informações da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), a normalização dos estoques irá variar de acordo com a logística de cada setor. Hoje a associação contabiliza um mix de 40 mil produtos encontrados nas maiores redes de supermercado.

Segundo o Diário Catarinense, apesar da agropecuária ter sido a mais afetada, com consecutivos desperdício de leite e atraso no abate de animais, outros atividades econômicas sofreram reveses nos últimos dias. No apanhado geral, a Federação das Associações Empresariais acredita que levará algo em torno de 40 dias para que todos os setores estejam com as rotinas normalizadas. O vice-presidente da entidade, André Gaidzinski, ressalta também que as empresas exportadoras enfrentaram dificuldades por causa dos bloqueios aos portos de Itajaí e Navegantes.

– Por um lado apoiamos o movimento, mas por outro há o problema de ter a produção e exportação parados. As exportadoras, que tiveram acesso aos portos impedido, gastaram com dias a mais no uso de containers e terão que reprogramar todas as viagens. Para ir aos EUA, por exemplo, leva-se em torno de 15 a 20 dias. Tudo isso deverá ser reconsiderado e reagendado – disse.

Já para a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de SC (FCDL), os bloqueios em outros Estados afetam também o comércio catarinense. Marcos Souza, relações públicas da entidade, informa que muitos insumos vêm do Rio Grande do Sul, onde os bloqueios foram mais numerosos. Assim, as lojas de confecção e até mesmo oficinas mecânicas serão impactadas.

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