Para alguns um terror. Para outros, não há nem sinal de que ele existe. O dente do siso provoca dúvidas entre os pacientes. Segundo o dentista Jederson Carminati Brogni, existem três tipos de intervenções cirúrgicas: quando a coroa já está erupcionada, quando ela está pela metade, ou quando é incluso. Nesse caso só é possível ver com uma radiografia panorâmica. O processo leva em média uma hora e meia para concluir, e pode custar até R$ 400 por dente.
“Quando mais incluso, mais agressiva é a extração. Depende do caso, depende da posição. Pode ser até vertical, inclinado ou horizontal”, afirma ele.
Geralmente o dente do siso, ou do juízo como ficou populamente conhecido, começa a crescer a partir dos 16 anos. A melhor época é quando há 1/3 da raiz formada. Quanto mais desenvolvida fica a raiz, mais difícil e mais resistente fica a extração.
O principal indício de que o dente está para nascer é uma dor aguda e constante no fundo da boca. Essa dor é causada pela inflamação na gengiva ao redor siso, causada pela dificuldade de higienização no local.
“Começou com uma dor de cabeça constante, senti que havia uma pressão nos dentes. Eu fui no dentista e fiz a radiografia. Ele viu que estava na posição certa e não tinha necessidade de tirar naquela hora. Mas agora já está incomodando mais”, afirma a jornalista Janaína Vieira, que agora está prestes a marcar a remoção do dente.
Quando é necessária a extração dos quatros dentes, a cirurgia é feita geralmente em duas etapas. Primeiro é retirado dois dentes do mesmo lado. E após a cicatrização desses, é feito o mesmo processo no lado oposto. O intervalo entre os processos é para que o paciente possa mastigar alimentos sólidos após a operação.
Mesmo sendo considerado um processo fácil, Jederson aponta para os cuidados com o pós-cirúrgico. “Deve-se alimentar apenas de comidas pastosas, líquidas e geladas, fazer bochecho com anti-céptico bucal e tomar os analgésicos e anti-inflamatórios. Além tomar cuidado pra não deixar inflamar”.
A estudante Cyntia Amorin realizou a primeira cirurgia há aproximadamente um mês. Para ela não houve muitos problemas nos dias que seguiram o procedimento. “Não inchou muito, só saía muito sangue. Nos dois primeiros dias a foram os piores. A maior dificuldade foi me alimentar”, afirma ela.
Nem todas as pessoas nascem com o dente do siso. E naquelas que nascem, nem sempre é necessário fazer a intervenção cirúrgica, tudo depende da forma que o dente se desenvolve. “Se fizer a radiografia e ver que há espaço para crescer de forma correta não problema nenhum”, afirma Jederson.
Gabriel Bosa / Portal Satc