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Padre lauromülense comenta clima em Roma após a morte do Papa e relata encontros com Francisco

O Vaticano divulgou na noite de segunda-feira (21) a causa da morte do Papa Francisco, ocorrida às 7h35, em seu apartamento na Casa Santa Marta. A causa oficial do falecimento foi derrame cerebral, coma e parada cardiorrespiratória irreversível.

De acordo com o laudo médico, o pontífice apresentava um quadro de saúde fragilizado, com histórico de insuficiência respiratória aguda por pneumonia bilateral multimicrobiana, bronquiectasias múltiplas, hipertensão arterial e diabetes tipo II. Francisco tinha 88 anos e era o primeiro Papa jesuíta e o primeiro da América Latina, tendo marcado seu pontificado por uma postura de simplicidade, diálogo e defesa dos mais pobres.

Em entrevista ao Cruz de Malta Notícias desta terça-feira (22), direto de Roma, o padre lauromülense Maxssuél da Rosa Mendonça, que está na capital italiana há dois anos cursando Mestrado em Liturgia, comentou o impacto da notícia entre os fiéis e o clero.
“Vínhamos com muita tranquilidade consciente de toda a fraqueza do Papa Francisco, de toda a sua convalescença, uma vez que a última imagem dele no domingo de páscoa foi uma imagem muito impactante que mostrou a fragilidade de sua saúde. E ontem pela manhã [segunda-feira] eu não estava me Roma, porque como muitos padres nós vamos para as paróquias, santuários para ajudar nas celebrações da Semana Santa. E quando chegamos pela manhã fomos surpreendidos com a notícia da morte do Papa” contou.

Na Itália, o feriado ocorre na segunda-feira após o domingo de Páscoa, e é chamado de Pasquetta — o famoso “Lunedì dell’Angelo”, ou Segunda-feira do Anjo. É uma celebração de origem cristã que lembra o episódio bíblico em que um anjo apareceu para as mulheres que foram ao túmulo de Jesus, anunciando a sua ressurreição. Mas, com o passar do tempo, o feriado passou a ganhar um caráter mais social e informal, sendo hoje um dos dias mais esperados da primavera italiana. Conforme padre Maxssuél, tudo foi cancelado, modificado em virtude do luto pela morte do Papa.

O padre lauromülense teve a oportunidade de participar de duas audiências privadas com o Papa Francisco. Durante a entrevista ele relatou como foram esses encontros.

“A primeira vez foi na conclusão de um curso na penitenciaria de direito canônico, que eu faço mestrado em direito canônico e faço um segundo mestrado em sagrada liturgia. Na conclusão daquele momento, todos os padres que estavam participando de um curso da penitenciaria, do Tribunal Penitenciário, digamos assim, fomos recebidos por ele, éramos em mais ou menos 120 padres, ele, com toda sua sobriedade e como sempre improvisava, não fez discursos naquele momento, entregou o discurso a cada um dos padres e fez questão de saudar um por um, de cumprimentar um por um e naquela ocasião, nunca me esqueço, eu com o meu celular, tinha foto do meu pai, da minha mãe, da minha família, e pedi, Santo Padre, o senhor pode abençoar minha família, minha mãe, meu pai, que estão longe, tenho muitas saudades deles, e, o Santo Padre, com aquele olhar sempre muito humano, muito misericordioso, muito próximo, abençoou, então foi uma experiência que levo para a minha vida, a sua proximidade, seu carinho, sua humanidade, Papa Francisco não tinha muita formalidade não, Papa Francisco era um homem que falava de coração a coração, então essa é uma imagem que me recordo muito”, relatou.

E a segunda vez, foi mais recente, quando o colégio comemorou 90 anos de fundação em Roma.
“O nosso colégio dos padres que aqui estudam, que moram aqui nesse colégio, fomos recebidos por ele e de igual modo, ele abriu um tempo para perguntas, podíamos fazer as perguntas que quiséssemos e ele também fez questão de saudar um por um e daí naquela ocasião eu mostrei a foto da nossa diocese, do nosso bispo, da nossa igreja de Criciúma, da igreja católica que está em Criciúma e pedi que ele também abençoasse”, comentou.
Durante a entrevista o padre lauromülense trouxe detalhes sobre o clima no Vaticano e os próximos passos para a escolha do novo líder da Igreja Católica.

Ouça a entrevista: