A Federação das Indústrias (FIESC) avalia que a reoneração tributária, anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na última quinta-feira (12), prejudicará a competitividade do setor industrial.
“Como a gente sabe a indústria é o setor mais tributado no Brasil, 47% do produto industrial é tributo, é muito mais elevado que qualquer segmento de serviços. Uma parte dessas medidas econômicas colocadas elas oneram exatamente tributos que incidem muito sobre a indústria. Essa é a principal preocupação nesse pacote fiscal que foi lançado na semana passada”, comentou em entrevista ao Cruz de Malta Notícias desta segunda-feira (16), o economista-chefe da Fiesc, Pablo Bittencourt.
Entre as medidas que elevam a carga tributária estão a mudança na regra de apuração dos créditos de PIS/COFINS, que passa a excluir o ICMS da base de cálculo, além da elevação de PIS/Cofins/CIDE sobre combustíveis. A volta do chamado voto qualificado no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) também tem impacto negativo à produção, ainda que indireto, pois em casos de empate nas discussões sobre tributos, a decisão será contra o contribuinte.
A FIESC lembra também que a reoneração de combustíveis terá impacto inflacionário, uma vez que esses ítens puxaram a inflação para baixo nos últimos meses, o que pode dificultar a redução das taxas básicas de juros pelo Banco Central.
Ouça abaixo a íntegra da entrevista: