No início da tarde desta quarta-feira, os representantes do Sindicato das Indústrias de Cerâmica de Criciúma e Região (Sindiceram) se reúnem para discutir uma solução em relação às reivindicações que os ceramistas da região que pleiteiam: 10% de reajuste real para todos os trabalhadores independente da faixa salarial. Na tarde de ontem, a categoria de trabalhadores esteve reunida e sinalizou pela paralisação a partir de sexta-feira, após não aceitarem a proposta da classe patronal.
Os trabalhadores recusaram a proposta de aumento no valor de 8% para quem recebe até R$ 2 mil e 5% para quem recebe de R$ 2 mil a R$ 4 mil. Além disso, recusaram um abono no valor de R$ 700 nas férias para os operários que recebem acima de R$ 4 mil. Conforme o presidente do Sindiceram, Otmar Müller, a situação será avaliada para evitar o movimento grevista, que segundo Müller, é prejudicial para os patrões, para os trabalhadores e também para a sociedade.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Ceramistas de Criciúma e Região, Itaci de Sá, declarou ao portal Engeplus que os trabalhadores rejeitaram a proposta “porque, além de mão-de-obra, eles possuem somente a dignidade e essa precisa ser respeitada apelos patrões. Faltam trabalhadores nas empresas e eles estão fazendo ‘marolinha’ com a gente, mas vamos mostrar nossa força”, ressaltou Itaci de Sá.
De acordo com Müller, nos últimos anos o setor cerâmico estabeleceu um reajuste acima da inflação, mas tendo em vista que em 2012 os números no setor não foram tão positivos, um reajuste de 10% acima da inflação se torna inviável. Um dos números negativos foi a queda de 8% no nível de produção. “Tivemos alguns retrocessos e, neste ambiente, um reajuste deste tamanho fica complicado”, explica.
A categoria não sinalizava por uma greve há 20 anos. Nos municípios de Criciúma, Urussanga, Cocal do Sul e Forquilhinha os trabalhadores somam cinco mil.