Pelo menos três municípios contabilizam prejuízos provocados pela chuva torrencial que caiu no início da noite de ontem no Sul do Estado. Conforme informações preliminares, pelo menos nos municípios de Turvo, Morro Grande e Meleiro, há famílias desabrigadas por conta da água que entrou nas casas e ruas foram destruídas por cheias.
Nesta manhã, em entrevista, o prefeito de Morro Grande, Valdionir Rocha, considerou o volume de chuva anormal. “Tivemos também o fornecimento de água interrompido por conta do rompimento da tubulação. Nesta manhã estamos fazendo a avaliação de riscos das casas invadidas pela água e, junto com o Corpo de Bombeiros, atendendo as famílias e levantando os danos”, explicou. Várias residências foram alagadas, comércio, bancos e repartições públicas também foram atingidos na área central. Conforme Rocha, a prefeitura organiza a documentação para formalizar o pedido de decreto de calamidade pública. Ainda nesta manhã equipes pedem auxílio à Defesa Civil e outras trabalham na limpeza. Não há número oficial de desabrigados ou desalojados.
A água que assolou os municípios foi, em grande parte, desceu das encostas. Conforme Jossemar Antonio Daniel, que nasceu em Morro Grande, “nunca se viu nada igual”. “Parecia um dilúvio, de tanta água que caía. A situação é muito preocupante. Até as aulas desta manhã foram suspensas”.
Nesta manhã de quinta-feira, moradores mandam informações sobre a situação do município. Um dos moradores que tem um pluviômetro, afirma que em duas horas foram mais de 200 milímetros de chuva na encosta do morro, volume de precipitação durante uma hora. As drenagens e tubulações não suportaram tanta água misturada com a lama e pedra. “As ruas da cidade pareciam leito de rio, tamanha a violência da enxurrada. Em 17 anos morando no centro, próximo à igreja católica, eu José Arcangelo, nunca vi tamanha enxurrada e estrago provocado pelas águas”, afirmou assustado José Arcangelo Souza.
Meleiro – Algumas comunidades de Meleiro estão isoladas por conta de alagamentos. Segundo o prefeito da cidade, Jonnei Zanette, o município decretará ainda hoje a situação de emergência. Equipes da prefeitura estão nas ruas para iniciar o levantamento dos prejuízos causados pela chuva desta madrugada. O relatório inicial da Epagri, recebido pelo prefeito, afirma que em uma hora choveu o equivalente a 126 milímetros. “Não existe drenagem que dê conta. Nunca em minha vida vi chover tanto. Eu saí para a rua, para tentar ajudar, mas a água chegava na minha cintura. Tentamos tirar a tampa das bocas de lobo para ajudar na drenagem, mas não adiantou”, ressalta Zanette.
A maior prejudicada, segundo ele, foi a comunidade da Boa Vista, que está completamente isolada. O Corpo de Bombeiros retirou duas famílias de suas casas e eles foram para a residência de parentes. Ruas ficaram danificadas e precisarão ser reconstruídas, já que a água chegou a quase 70 centímetros de altura. “A maior prejudicada, no entanto, foi a agricultura. Estamos esperando o relatório da Epagri, mas acredito que o estrago foi bastante grande”, comentou o prefeito.
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