O Governo de Santa Catarina, através da Secretaria de Estado da Saúde, Diretoria de Vigilância Epidemiológica, emitiu uma nota técnica orientando sobre a devida conduta e recomendando o tratamento imediato frente aos casos suspeitos de leptospirose devido a qualquer forma de exposição, incluindo a ocorrência de enxurradas e alagamentos.
A leptospirose é uma doença grave causada por uma bactéria presente na urina contaminada de animais, principalmente, dos ratos e camundongos. A leptospirose (bactéria que causa a doença) pode contaminar córregos, lagos, águas paradas ou de enchentes. Essa bactéria penetra no corpo através da pele, principalmente por machucados ou feridas. Os cães também podem se tornar transmissores pela unha contaminada.
Em casos de enchente, é importante o uso de botar e luvas na limpeza da casa (teto, paredes, móveis e chão) com água sanitária (hipoclorito de sódio 2,5%) na proporção de duas xícaras (400 ml) para cada 20 litros de água limpa – deixar agir por 15 minutos. Além disso, é importante jogar fora alimentos que tiveram contato com a água da enchente e a água para consumo deve ser tratada com duas gotas de água sanitária por litro de água, aguardando 30 minutos antes de consumir.
Sintomas
Os sintomas são febre alta, dor de cabeça, dor nos músculos, principalmente na panturrilha (batata ou barriga da perna), calafrios, icterícia (pele e olhos amarelados), alteração da qualidade ou na cor da urina (cor avermelhada).
Orientações
Segundo a nota, o período de incubação da leptospirose varia de 1 a 30 dias após exposição. Sendo assim, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica recomenda que os serviços de saúde, frente à possibilidade do aumento da ocorrência de casos suspeitos de leptospirose, adotem as seguintes medidas:
1 – A definição de caso suspeito:
Indivíduo com febre, cefaléia e mialgia, que tenha, nos 30 dias anteriores à data de início dos sintomas, ficado exposto a enchentes, alagamentos, lama ou coleções hídricas;
Presença de pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas: icterícia, aumento de bilirrubinas, sufusão conjuntival, fenômeno hemorrágico ou sinais de insuficiência renal aguda.
2 – Conduta frente ao caso suspeito:
2.1 – Notificar e investigar, por meio do preenchimento da Ficha de Notificação Individual e de Investigação de Leptospirose (encaminhar à vigilância epidemiológica do município – o fluxo local deverá ser organizado pela vigilância epidemiológica municipal em conjunto com a organização dos serviços de assistência existentes);
2.2 – Iniciar o tratamento de todos os casos que se enquadrarem na definição de caso suspeito;
2.3 – Seguir orientações do algoritmo de atendimento de Síndrome Febril Aguda Suspeita de Leptospirose. Este algoritmo tem como objetivo ajudar nas condutas terapêuticas no primeiro atendimento de pacientes com síndrome febril aguda suspeita de leptospirose, mas não deve ser usado como o único instrumento de decisão terapêutica.
Casos de leptospirose leve (fase precoce), mesmo quando tratados, podem evoluir para moderados e graves (fase tardia), em questão de horas ou dias. Cabe ao médico orientar o paciente quanto às complicações possíveis ou ocorrência de sinais de alerta e mantê-lo sob vigilância até a fase de convalescença (1-2 semanas).
Atenção
1. Casos suspeitos que apresentarem um ou mais dos sinais e sintomas considerados sinais de alerta (dispnéia, tosse e taquipnéia; alterações urinárias, geralmente oligúria; fenômenos hemorrágicos incluindo escarros hemoptóicos; hipotensão, alterações do nível de consciência, vômitos, arritmias e icterícia) deverão ser encaminhados imediatamente para uma unidade hospitalar de referência.
2. Quando necessários (em geral nos casos moderados e graves) exames laboratoriais básicos deverão ser disponibilizados: hemograma completo, ureia e creatinina, bilirrubinas e transaminases, creatinofosfoquinase (CPK), sódio e potássio. Outros exames na dependência da evolução clínica.
Dúvidas
Em caso de dúvidas, entrar em contato com a Divisão de Roedores e Aves da Gerência de Vigilância de Zoonoses e Entomologia da DIVE (DIRA/GEZOO/DIVE) pelos telefones (48) 3664-7484 ou 3664-7485, ou pelo e-mail: gezooreservatorios@saude.sc.gov.br.