Na manhã desta quarta-feira, a Pastoral Carcerária da Diocese de Criciúma celebrou, no Presídio Santa Augusta, o Jubileu dos Presos. A celebração atende ao pedido feito pelo Papa Francisco de a Igreja celebrar também junto àqueles que estão no cárcere, durante o Ano Santo da Misericórdia.
Uma missa teve início às 9 horas, presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Jacinto Inacio Flach, e concelebrada pelo assessor eclesiástico da Pastoral Carcerária, padre José Aires Pereira. Um grupo de 30 reclusos foi selecionado pela direção da unidade prisional para a celebração, que contou com a participação de 13 agentes pastorais, entre eles seminaristas, e mais nove agentes penitenciários, incluindo o diretor do Presídio, Felipe Alves Goulart.
A chance oferecida por Deus através da misericórdia
Em sua homilia, Dom Jacinto recordou que o Jubileu dos Presos foi realizado a milhares deles, no mundo todo, no último domingo, e explicou o que a Igreja quer dizer quando fala em misericórdia.
“Nossa miséria humana precisa encontrar o coração de Deus. Jesus morreu na cruz, não porque somos santos e perfeitos, mas porque somos pecadores, necessitados de seu amor. Deus espera que nós reconheçamos nossos pecados. Ele não se escandaliza conosco, pois conhece cada um de nós. E não olha com raiva ou ódio, mas nos ama; sabe que precisamos mudar de vida – eu e vocês – todo mundo precisa, para que, no fim de nossa vida, possamos encontrá-lo face a face. Vocês estão aqui. Isto não significa que perderam a misericórdia. Jesus mesmo disse que veio para os que mais precisam. Sempre digo que o caminho que leva ao inferno é o orgulho, por isso precisamos reconhecer nossas faltas. Amanhã vocês poderão estar lá fora e cultivar uma vida nova, junto às suas famílias e pessoas que tanto amam”
O Presídio recebe, todas as quartas-feiras, a visita da Igreja Católica, por meio de agentes leigos, religiosas e seminaristas. Segundo o gerente da unidade, Felipe Goulart, esta iniciativa auxilia no processo de ressocialização dos apenados, que atualmente somam 688, entre eles, 80 mulheres.
“Nosso trabalho é ressocializar pessoas. Entendemos que o Estado é laico e que é direito do preso ter assistência religiosa dentro da prisão. Falar de Deus é falar do bem e, consequentemente, faz com que as pessoas se tornem melhores. Muitas vezes se espera somente do Estado os meios e a estrutura para isso. Essas entidades e a organização da sociedade também são importantes no processo e acabam também por regrar a vida das pessoas, que antes não eram regradas”, salienta o diretor.
Bispo se alegra com melhorias na unidade
Dom Jacinto também contemplou com alegria as melhorias realizadas na unidade prisional e disse que isso garantirá aos encarcerados viver com mais dignidade dentro da prisão. “Sempre disse à Secretária de Justiça, Ada de Luca, que a estrutura deve ser mais humana, pois o fato de errar não deve tirar a dignidade de filhos e filhas de Deus”.
Após a missa, Goulart apresentou as obras do Presídio ao Bispo e aos agentes da Pastoral Carcerária. Conforme o gerente, a reforma prevê todos os direitos estabelecidos por lei para que os apenados sejam ressocializados.
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