A Pastoral Carcerária da Diocese de Criciúma guardará o dia 10 de agosto como importante na memória de sua caminhada. Pela primeira vez, a Penitenciária Sul, localizada no bairro Vila Maria, em Criciúma, acolheu a celebração da santa missa.
A celebração ocorreu em um pátio fechado, com a participação de 20 reeducandos, três funcionários da unidade prisional e quatro agentes da Pastoral Carcerária.
A missa foi presidida pelo assessor da pastoral, padre José Aires Pereira, e concelebrada pelo padre Orlando Cechinel. “Pela primeira vez celebramos uma missa aqui e nos propomos a estar de forma periódica, nos encontrarmos e rezarmos. Os agentes da Pastoral Carcerária fazem isso de forma voluntária, porque querem estar neste ambiente e evangelizar, seguindo o ensinamento de Jesus: ‘Estive preso e fostes me visitar’. Queremos acolher essa palavra com misericórdia. Deus não me ama porque sou bom; me ama porque Ele é bom”, disse padre Aires em sua homilia.
Padre Aires motivou uma breve reflexão para o Evangelho do dia, que se refere à semente que só produz fruto quando morre. “A terra é Deus que nos acolhe, na nossa vida, para que produzamos frutos. Se morrermos no pecado, não vamos nascer para Cristo. Deus nos quer felizes e bem resolvidos. Apesar de nossas fraquezas, precisamos conhecer o amor de Deus”, acrescentou o presbítero.
“Na simplicidade, no amor e no carinho queremos estar com vocês, respeitando sua religião, pois nem todos são católicos, mas a Palavra de Deus deve guiar a nossa vida”, completou padre Orlando.
A intenção da missa foi dedicada às famílias dos encarcerados, funcionários do complexo e detentos que são pais, uma vez que se aproxima o domingo dedicado a eles. Ao final da missa, padre Aires e padre Orlando invocaram a bênção sobre o pão, que foi partilhado.
Visitas começaram há três meses
A missa foi celebrada com autorização da diretora da Penitenciária, Maira Montegutti. A Pastoral Carcerária iniciou as visitas aos encarcerados da instituição há cerca de três meses, todas as segundas-feiras. Padre Aires agradeceu à direção pela oportunidade dada à Igreja de se aproximar dos que estão no cárcere e pela acolhida desta quarta-feira.
Presença da Igreja é bem-vinda
Conforme o gerente de educação da Penitenciária Sul, Max Mello, a visita dos agentes da Pastoral Carcerária aos aprisionados só tende a ser positiva e pode refletir um futuro melhor. “Sempre que a gente envolve Deus, em qualquer coisa, é bom. Isto será bom para eles e para a própria comunidade. Onde Deus está, milagres acontecem”, frisa Mello.
Para o detento B.S., há três anos na unidade prisional, a celebração foi importante. “Senti a presença de Deus. Ele representa tudo na minha vida”.
Penitenciária desenvolve trabalhos de ressocialização e reeducação
Segundo o supervisor de segurança, Rangel Teixeira, hoje a Penitenciária Sul está com 701 detentos, com idade de 18 até cerca de 70 anos.
Max Mello relata que a unidade oferece aos aprisionados aulas de educação básica, incluindo ensino médio e fundamental, além de cursos profissionalizantes. Há quatro meses, os reeducandos foram incluídos no projeto de remissão por leitura: cada 12 horas de estudo refletem em um dia de remissão na pena.
O gerente laboral, Arlindo Pagnan, conta que os trabalhos executados pelos encarcerados e as demais iniciativas desenvolvidas pela Penitenciária fazem dela modelo no país: há 330 detentos trabalhando para empresas nos ramos de fabricação de janelas de alumínio, chuveiros elétricos e tintas.
Colaboração: Bibiana Pignatel – Setor de Comunicação – Diocese de Criciúma
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