Entrou em operação na última quarta-feira a maior usina solar do Brasil, em Tubarão, no Sul. Hoje, a energia gerada pelos 19.424 paineis do projeto Cidade Azul, em uma área de 10 hectares às margens da BR-101, já é utilizada por qualquer consumidor da rede de energia do país.
Com capacidade máxima de 3 MWp, o empreendimento da Tractebel Energia pode abastecer 2,5 mil residências por ano.
Além de ser a maior usina fotovoltaica do País, ou seja, que gera energia por meio de paineis solares, o projeto faz parte de um investimento de pesquisa e desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Resultado de um investimento de R$ 30 milhões, ela é a quarta usina solar no país, que gera energia a partir de todo o tipo de luminosidade.
– Ela gera energia mesmo sem sol. Menos que em um dia de excelente radiação, por exemplo, mas gera energia em todas as condições climáticas durante o dia – afirma o gerente do projeto, o engenheiro Maury Garrett Silva.
Apesar do investimento na inovação, que está longe de ser barato, Silva frisa que o projeto não utiliza matéria-prima e não gera poluentes.
Empreendimento também vai ensinar
O professor da UFSC e responsável pelo projeto, Ricardo Rüther, afirma que Tubarão não foi escolhida por acaso, mas sim pela proximidade com o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Capivari de Baixo, maior termelétrica de extração do país.
– A localização também se dá por questões de capacitação de recursos humanos, por ser um projeto de pesquisa e desenvolvimento. Queremos capacitar pessoas em energia solar – enfatiza o professor.
A preparação, de acordo com ele, é fundamental especialmente porque em outubro haverá um leilão de energia solar no Brasil.
– A expectativa é de construção de usinas 10, 20 vezes maiores. Precisamos de pessoas habilitadas para operá-las – enfatiza.
Laboratório testa projetos em diferentes regiões do país
O contrato que a usina recém-inaugurada mantém com a UFSC inclui o monitoramento da usina e de mais oito pontos estratégicos, em sete Estados com diferentes climas brasileiros, nos quais estão instalados pontos de monitoramento com sete tipos de tecnologia.
– O objetivo é ver como uma tecnologia se comporta em um determinado clima. Estamos testando diferentes perfis de fazer uma usina e tiramos conclusões a partir daí – explica.
O professor premedita que, com o leilão de energia solar no Brasil em outubro, o projeto é promissor para investidores.
– Esse projeto está na ponta da lança, com todas as respostas que um investidor vai querer sobre qual tecnologia usar para fazer uma usina. Esse é o objetivo do projeto: seleção de tecnologia mais adequada para o lugar em que você quer colocar uma usina no Brasil – conclui Rüther.
Diário Catarinense