Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul elaboraram nesta terça-feira, 5, o documento “Carta Aberta – cenário e perspectivas da cadeia do leite na Região Sul” para que seja apresentado durante o lançamento oficial da Aliança Láctea Sul Brasileira, que será realizado no dia 2 de setembro, durante a 37ª Expointer, em Esteio (RS). Os estados do sul se uniram com a intenção de fortalecer e consolidar a cadeia produtiva do leite na região. A expectativa é de que em 10 anos, a produção de leite nos três estados chegue a 19,5 milhões de toneladas de leite por ano — 77% a mais do que é produzido hoje.
A reunião para elaboração da Carta Aberta foi feita em Porto Alegre, na Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do RS, e os representantes dos três estados e as entidades ligadas ao setor leiteiro puderam contribuir com temas para o documento, como as ações e as políticas públicas que podem ser executadas em conjunto.
A intenção é que a carta seja entregue aos governadores de Santa Catarina, do Paraná e do Rio Grande do Sul para incentivar a assinatura de um termo de cooperação técnica institucional criando a Aliança Láctea Sul Brasileira, que será um fórum permanente, incluindo a iniciativa pública e a privada para o desenvolvimento da cadeia leiteira.
O diretor de Qualidade e Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Roni Barbosa, participou do encontro e destacou a importância da Aliança para melhorar não só a qualidade do leite produzido na região, mas também a logística e infraestrutura para a produção.
Para o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul, Claudio Fioreze, a Aliança Láctea será um instrumento estratégico para debater e encaminhar pontos comuns, funcionando como fórum consultivo de deliberações dos setores públicos e privados.
O secretário da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Airton Spies, explica que os três estados possuem características comuns na produção de leite por isso a iniciativa de unir esforços e tratar do desenvolvimento da cadeia produtiva em conjunto. O secretário afirma que o setor ainda pode melhorar muito em termos de infraestrutura com estradas para o transporte de leite, energia elétrica para o resfriamento e também investimentos nas propriedades, como em resfriadores e salas de ordenha.
“Para que o nosso leite seja um produto competitivo no mercado global, a qualidade do leite precisa melhorar muito e a logística e infraestrutura precisam ser confiáveis para que possam atender demandas constantes de mercados exigentes”, ressalta.
A região formada pelo Oeste de Santa Catarina, Noroeste do Rio Grande do Sul e Sudoeste do Paraná é a que mais cresce em produtividade do leite no Brasil, devido, principalmente, ao clima favorável, mão-de-obra qualificada e presença de pastagem o ano todo. Os três estados são responsáveis por 33% da produção brasileira de leite com 11 milhões de toneladas de leite por ano.
Com uma taxa de crescimento médio de 8,6% ao ano, Santa Catarina se destaca como o quinto produtor nacional de leite, responsável por 7,9% da produção do Brasil. Com 80 mil famílias rurais envolvidas, a produção de leite está localizada, principalmente, em pequenas propriedades de agricultores familiares, ou seja, mais de 60% das propriedades tem área total menor que 20 hectares.
Ana Ceron/Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca