O bando que assaltou a empresa Samsung na madrugada desta segunda-feira evitou as chamadas iscas eletrônicas — equipamentos dotados de rastreadores, dispostos estrategicamente no estoque, justamente para permitir a localização em caso de roubo.
O detalhe revela que os bandidos conheciam a empresa e planejaram o roubo em detalhes, segundo o delegado da Polícia Civil Carlos Henrique Fernandes, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG).
Confira como o assalto:
Segundo Fernandes, entre oito e dez homens fizeram reféns pelo menos 100 dos 200 funcionários que estavam na empresa. Eles foram ameaçados e obrigados a ajudar no carregamento dos sete caminhões usados no roubo. Foram levados 40 mil itens, entre celulares e tablets de última geração, avaliados em R$ 80 milhões, estima o delegado.
Evitando dar detalhes da investigação, o titular do DIG contou que os bandidos renderam uma van que transportava funcionários e, na portaria, dominaram a equipe de segurança e tomaram as armas. O resto do bando entrou em outros veículos, inclusive alguns caminhões.
Usando os crachás dos funcionários, os criminosos seguiram para os setores de expedição e foram rendendo quem era encontrado. Os reféns eram mantidos sob a mira de armas — revólveres, pistolas e algumas armas longas, segundo ele.
— Eles certamente tinham fuzis, mas essas armas não foram vistas pelos reféns. Lá dentro eles se separaram e começaram a escolher o que seria levado — relatou o delegado.
Para ele, a quadrilha é especializada nesse tipo de ação e escolheu a Samsung por fabricar produtos de pequeno volume a alto valor agregado.
— Com certeza, eles têm um esquema para a receptação desses produtos, possivelmente na informalidade, e esperamos chegar logo a eles — afirmou Fernandes.
O delegado não descartou a possível participação de funcionários passando informações privilegiadas aos bandidos:
— Isso também está sendo investigado e vamos nos debruçar sobre todas as imagens disponíveis.
Fernandes adiantou que as câmeras captaram alguns dos assaltantes em ação. As imagens serão processadas e melhoradas para uma possível identificação. De acordo com o policial, a Samsung já foi vítima de um roubo num galpão do Aeroporto de Viracopos, também em Campinas, mas essa investigação foi feita pela Polícia Federal por se tratar de área de segurança federal. Uma possível relação entre os dois casos será investigada.
A imprensa não teve acesso aos depoimentos das vítimas e testemunhas. Segundo o delegado, detalhes revelados nos depoimentos devem ser mantidos em sigilo para não prejudicar as investigações.
— As pessoas também têm receio de serem expostas, pois foram ameaçadas e até aterrorizadas pelos criminosos. O que posso dizer é que vamos chegar a esse bando.
Fonte: DC