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Fórum das Imigrações discutirá chegada de ganeses à região

A situação dos ganeses que aportaram em Criciúma nas últimas semanas está mobilizando as autoridades locais. Nesta manhã, representantes do Cáritas Diocesano, Diocese de Criciúma, Ordem dos Advogados do Brasil, Cruz Vermelha e outras instituições participaram de uma reunião a fim de discutir o assunto e tomar as medidas apropriadas para o caso. Somente no município, no último mês, foi registrado a chegada de aproximadamente 140 ganeses. A expectativa, ainda, é de que novas levas estejam prestes a chegar.

Durante o encontro, foi definida a data do primeiro Fórum das Imigrações, que deve ser realizado no dia 28 de julho, das 14h às 21h, com local ainda a ser escolhido, no intuito de discutir a realidade e a situação não só dos ganeses, mas de todos os imigrantes que estão na região. Conforme o padre Onécimo Alberton, a mobilização é importante para entender a vinda dessas pessoas, bem como para dar condições de vida a elas.

“De maneira imediata, sobrepõe-se a assistência humanitária, já que eles chegam aqui necessitando de tudo. De alimentação, de roupa, de cama, das coisas básicas. A médio prazo, tem-se que se pensar em questões relacionadas a emprego, documentação, legalidade, moradia, saúde, entre outros fatores. Já a longo prazo, o questionamento é: como eles estão entrando no país? O que é oferecido em âmbito federal, já que as leis permitem a sua entrada?”, pontua o padre.

Entidades reunidas em prol da causa

De acordo com a representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a advogada Lia de Queiroz Carminatti, uma nova reunião deverá ser marcada para definir mais detalhes sobre o Fórum. A ideia, conta ela, é trazer à tona as problemáticas relacionadas ao caso. “Queremos encontrar soluções e, posteriormente, levá-las até o Itamaraty. O ideal seria aumentar a dificuldade em conseguir o visto de turista”, expõe. Ele lembra que, como Gana está na lista de países onde os moradores podem pedir refúgio, muitos dos ganeses vêm ao Brasil como turistas e se declaram refugiados, podendo ficar no país e tendo todos os direitos preservados.

Além de Lia, a Comissão dos Direitos Humanos da OAB também está envolvida com o caso. Na região Carbonífera, além dos ganeses, também aportaram, nos últimos meses, centenas de haitianos, senegaleses, cabo-verdianos e moçambicanos, totalizando aproximadamente 1400 imigrantes. “Estamos a postos para auxiliar na parte jurídica, a fazer tudo conforme prega a lei. Buscamos, juntos, a melhor saída para essa situação, dando a assistência necessária para essa gente”, fala o presidente da Ordem, Luiz Fernando Michalak.

Para Luciana Tertuliano, do movimento Corrente por Gana, se a lei permite que eles cheguem ao país, nada mais justo que fazer o que estiver ao alcance para que eles sintam-se acolhidos e, sobretudo, tenham condições de vida. “Os ganeses são vítimas de toda essa história. Acreditamos que, por trás de tantas imigrações no último mês, e aproveitando a movimentação da Copa, haja uma quadrilha especializada, com integrantes em Gana, para captar pessoas, e no Brasil, para recebê-los. Temos que desmantelar este grupo”, expõe.

Quem quiser auxiliar estes homens, há três pontos de coleta para alimentos, roupas e demais itens. As doações podem ser entregues na Top Way, no Centro de Criciúma, no Cedup ou no Despachante J. Canto, que se localiza na Próspera. Conforme Almir Fernandes de Souza, da Cruz Vermelha de Criciúma, a prioridade é um local com condições básicas onde eles possam ficar até se estabelecerem e alugarem um local melhor para morar. “Os ganeses estão em situação desumana, todos amontoados. Precisamos organizar as doações e, a partir daí, levá-los no momento certo”.

Fonte: Clicatribuna

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