Duas semanas depois de ter regiões alagadas por intensas chuvas em apenas 48 horas, Santa Catarina prepara-se para enfrentar nova mudança no tempo significativa a partir desta quarta-feira. A aproximação de nuvens carregadas, seguida da formação de um ciclone extratropical, pode causar alagamentos e deslizamentos no Estado até sábado.
A previsão aponta nos próximos quatro dias para até 385 milímetros de chuva no Litoral Sul, a região que deve ser mais atingida, de acordo com dados da Epagri/Ciram. Na Serra, entre hoje e sábado, os volumes podem chegar a 370 milímetros. Oeste e Meio-Oeste terão chuva de até 295 milímetros no mesmo período. No restante das regiões, até sábado, as previsões apontam para no mínimo 100 milímetros.
Com isso, deve-se superar e até dobrar a quantidade de chuva normal para o mês de junho em Santa Catarina, que varia de 80 a 170 milímetros. Para a Defesa Civil a grande preocupação está no Litoral Sul, Serra, Oeste e Planalto Norte. Nesta última região algumas cidades ainda se recuperam da chuva dos dias 7 e 8 de junho, que superaram a casa dos 400 milímetros. As precipitações causaram alagamentos e duas mortes no Estado. A chuva desta semana virá acompanhada do ciclone extratropical, que trará ventos a partir de sábado de manhã no Litoral Sul.
— Importante destacar que as nuvens carregadas que avançam pelo Estado fazem parte da formação de um ciclone que só estará formado entre final de sexta e o sábado quando deveremos ter rajadas de vento, especialmente nas cidades próximas do RS — explicou o meteorologista do Grupo RBS, Leandro Puchalski.
Mobilização preventiva começa no Sul do Estado
Os coordenadores regionais da Defesa Civil do Sul, Oeste e Serra de SC começaram ontem a alertar os coordenadores nos municípios sobre o grande volume de chuva previsto para os próximos dias. As três regiões esperam precipitação de 300 milímetros ou mais de amanhã a sábado.
A situação mais preocupante é a do Sul. De acordo com coordenador da região, Rosinei da Silveira, a possibilidade de alagamentos é certa. Silveira aponta que, devido às chuvas dos últimos dias, o solo ainda está úmido. Além disso, com um volume tão grande, o Rio Araranguá não tem como escoar.
— A sugestão às defesas civis municipais é de orientar as pessoas que vivem em áreas de risco e cujas casas já alagaram em outras ocasiões a procurar abrigo com parentes ou em outros lugares seguros — disse.