A cidade de Criciúma, no Sul de Santa Catarina, tem o quarto dia sem a circulação do transporte público nesta quinta-feira (5). Segundo o Ministério Público do Trabalho, houve avanço nas negociações, mas ainda não foi assinado um acordo. Uma reunião entre trabalhadores e empresários deve ocorrer a partir da 8h.
A paralisação começou na tarde do dia 2 de junho. Uma parte dos motoristas e cobradores insatisfeita com o sindicato da categoria decidiu entrar em greve por tempo indeterminado. O sindicato considera a paralisação ilegal e quer marcar nova assembleia. Desde a tarde de segunda (2), os três terminais de integração ficaram vazios e o trânsito, complicado.
Negociações
De acordo com o promotor do Trabalho Luciano Leivas, na quarta (4) houve uma reunião de quase três horas entre o Ministério Público do Trabalho, representantes dos grevistas, do sindicato e dos empresários. “Houve sim um pequeno avanço no sentido de que uma das lideranças empresariais no setor reconheceu a legitimidade de um grupo de trabalhadores para negociação em nome da categoria”, explicou.
Na quarta (4), segundo o promotor, esse grupo de trabalhadores foi reconhecido pelo município de Criciúma, que participa das negociações acompanhado do Ministério Público do Trabalho. “Esse grupo de trabalhadores já toma a frente, juntamento com as lideranças do sindicato para a condução das negociações coletivas”, disse.
A reunião de 8h deve ter a presença do Ministério Público do Trabalho, da comissão de trabalhadores grevistas, do sindicato da categoria e dos empresários. “Conscientizadas as lideranças empresariais de que a comissão está representando o direito dos trabalhadores, eu penso que a negociação poderá avançar”, finalizou o promotor.
Transtornos
Com a greve do transporte coletivo, há mais motoristas nas ruas, tornando o trânsito mais complicado. As pessoas demoram mais nos semáforos e chegam mais tarde em casa.
A Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) afirmou em nota oficial que ônibus fretados por alunos da instituição ou cedidos a eles pelas prefeituras da região tiveram os pneus furados por volta das 12h de quarta (4). A universidade considerou o ocorrido um fato “isolado”. Apesar da paralisação, as aulas serão mantidas. Os professores foram orientados a não realizarem avaliações nos próximos dias, pelo menos até que a situação da greve se resolva.
Rompimento
Após descontentamento com o sindicato, parte dos trabalhadores resolveu fazer a greve independentemente da entidade. “A gente está insatisfeito com o sindicato. Nunca vi o sindicato brigar para discutir o salário, fizeram o que a empresa passa para eles”, disse André de Medeiros.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Criciúma, Edulberto Bergemann, “nossa posição é contrária. A gente acha ilegal, não vamos apoiar um movimento ilegal. A nossa intenção é marcar uma nova assembleia [que foi cancelada na segunda]. A gente se nega a negociar com eles porque a gente entende que é um movimento ilegal. Nós queremos seguir os trâmites legais”.
Fonte: G1