Agricultores no município de Urussanga, no interior do Sul de Santa Catarina, produzem massas artesanais diferenciadas como alternativa de eliminar o plantio de fumo. As sócias são vizinhas e possuem uma pequena fábrica que funciona há mais de 2 anos.
Elas produzem cerca de 150 quilos de massas artesanais por mês, entre elas, vários tipos de macarrão, inclusive massa doce, sabor de chocolate com recheio de amendoim e doce de leite. Também tem massa tricolor, feita de beterraba, cenoura e espinafre. Também tem de pimenta calabresa e de limão siciliano recheada com três queijos.
Na propriedade da agricultora Gracie Mazzuco, a plantação de fumo já foi reduzida em 50%. A transição começou com a produção de massas artesanais feitas a partir de uma receita de família.
“Com o fumo a gente trabalhava muito. Começamos a fazer cinco quilos de massa, eu e a minha mãe. Saímos para vender de porta em porta para os amigos e os vizinhos. Como o tempo tivemos que ampliar”, conta Gracie.
O Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco é uma das ações implementadas pelo governo federal desde 2005. O objetivo é buscar alternativas produtivas e lucrativas na fumicultura, para que os produtores tenham qualidade de vida e sustentabilidade econômica, social e ambiental.
Desde que começou a produção de macarrão, a renda da família aumentou e foi possível reduzir a plantação de fumo pela metade. “Investimos em coisas diferentes, massas coloridas, integrais, com recheios diferentes e agora vendemos nossos produtos na feira livre da cidade”, afirma Gracie.
Com o crescimento de produção, Gracie convidou a vizinha Carin Morgana para ser sua sócia. As duas resolveram buscar especialização na produção de massas. “Para ter o diferencial nos trouxemos as cores, para ficar mais bonito e mais saboroso. Antigamente o molho que dava sabor a massa, estamos trabalhando a questão contrária, para a massa dar o gosto ao prato”, conta Carin.
Com o aumento da produção, a cozinha precisou ser ampliada e duas ajudantes foram contratadas. A produção alternativa tem sido adotada por fumicultores do Sul de Santa Catarina para garantir renda e não acumular dívidas. O consumo de tabaco no Brasil tem diminuído, em média, 6% ao ano. Aproximadamente 600 famílias participam do projeto no Sul do estado.
Fonte: G1