O governador do Estado de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e o vice, Eduardo Moreira, viajam na próxima semana para os Estados Unidos para avançar as negociações com a empresa que poderá instalar no Sul uma empresa de fertilizantes. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan, para que chegue ao produto final a empresa deverá utilizar em um dos seus processos o carvão mineral. “A fabricação da ureia e da amônia é feita a partir do gás natural, mas existe também a possibilidade de gaseificar o carvão mineral e desse gás se fabricar a ureia e a amônia. O problema é que agora o preço do gás natural está muito alto e por isso é mais barato a gaseificação do carvão”, explica Zancan.
Ele comenta que nessa viagem o governador deverá começar a tratar de detalhes para o início da confecção do projeto da instalação da empresa. “O governador vai para os Estados Unidos para falar com os empresários e começar a discutir o projeto. O Estado vai ter que criar um grupo para a construção desse projeto. É um longo processo, mas o Governo está empenhado para começar a delinear as ações que serão feitas”, declara o presidente da ABCM.
A cidade onde a fábrica ficará sediada, caso saia do papel, ainda não foi definida, mas Zancan comenta que terá que ser um local de fácil acesso e provavelmente próximo à ferrovia.
Investimento de US$ 2,7 bilhões
Mesmo no início das negociações, o projeto da fábrica de fertilizantes já tem uma previsão de investimento no valor de US$ 2,7 bilhões e, segundo Zancan, será um projeto nunca visto no Sul. “O Estado já trouxe a BMW, mas essa fábrica será equivalente a 14 fábricas da BMW”, destaca. Porém, a data em que esse projeto se tornará realidade ainda não é sequer cogitado. “Depende de muitos fatores, negociações, licenciamento ambiental. O que se sabe é que após o início das construções levará 40 meses para ficar pronto”, argumenta.
Demanda por carvão aumentará
A região carbonífera produz hoje, de acordo com o presidente da ABCM, aproximadamente 11 mil toneladas/dia de carvão mineral. Esse montante é consumido pela termelétrica Jorge Lacerda, de Capivari de Baixo. Mas, se a fábrica de fertilizantes for instalada, a demanda pelo minério deverá aumentar. “Uma fábrica como essa precisará de quatro mil toneladas de carvão por dia. Vai ser necessário abrir mais minas. Também é preciso destacar que esse será um produto com um valor agregado muito maior”, afirma Zancan.