A rua Delminda Silveira, no bairro Agronômica, uma das vias que liga o Centro ao bairro Trindade, em Florianópolis, permanece fechada na manhã desta sexta-feira (4). O local foi bloqueado por familiares de presos , a maioria mulheres, que reivindicam a volta das visitas aos detentos, suspensas por causa da greve dos agentes prisionais.
A manifestação iniciou por volta das 10h desta quinta (3) e deve se manter nesta sexta. Cones sinalizadores fecham a rua em frente à Penitenciária de Florianópolis e bloqueiam totalmente a passagem do tráfego no local. A Guarda Municipal orienta atenção devido aos problemas de retenção no trânsito da região. Ônibus precisam desviar, contornando a manifestação por ruas vizinhas para continuar a rota.
A área permaneceu toda a noite de quinta e a madrugada desta sexta ocupada por familiares dos detentos que reclamam da situação imposta pelo movimento grevista. “Os meninos estão há três semanas sem visita, sem compra, sem banho de sol, sem higiene, sem nada, 24 horas trancados dentro de um cubículo gelado”, afirmou uma das mulheres, Juliete Silva Castro.
Conforme a Guarda Municipal de Trânsito, foram registradas filas ao longo de toda a quinta-feira, especialmente nos horários de pico, entre 17h30 e 19h30.
Orientações
A orientação é que os motoristas sigam pela Beira-Mar Norte ou contorne a manifestação passando por vias paralelas. Esta foi a solução encontrada pelos motoristas de ônibus do transporte coletivo da cidade, que mudarão parte do itinerário para seguir viagem. Eles saem da Delminda Silveira próximo do protesto e voltam para a via um pouco à frente do ponto de bloqueio.
Sobre a greve
Os agentes prisionais catarinenses aderiram à paralisação de vários órgãos do Governo do estado que já está na segunda semana. Entre as reivindicações da categoria, segundo Gregório, estão isonomia dos salários, adicional de 40% referentes à aposentadoria, revisão do plano de carreira, fim da terceirização no sistema prisional e que as unidades sejam comandadas por agentes penitenciários.
O diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Leandro Lima, afirmou nesta quinta que será adotada postura mais rigorosa sobre a greve. “Qualquer situação que coloque a vida das pessoas em risco, tanto os familiares, os próprios presos e agentes penitenciários, será de responsabilidade daqueles que estão organizando esta greve”.
Por outro lado, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual de Santa Catarina (Sintespe), Maurino Silva, rebateu informando que a categoria aguarda posição do governo. “O problema da greve é que nós estamos esperando que o governo sente para negociar. Não adianta o governo querer nos intimidar dessa forma”, declarou o sindicalista.
Fonte: G1