Agentes penitenciários e socioseducativos estão de braços cruzados na Penitenciária Sul, no bairro Vila Maria, em Criciúma. A mobilização foi definida pelo Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público (Sintespe) e iniciou em todas as regiões do Estado nessa segunda-feira. Na Penitenciária Sul, 60% dos profissionais estão parados, funcionando apenas os serviços essenciais. Segundo o agente penitenciário Fernando Martarello, as visitas estão paralisadas. Com isso, os detentos se alimentam apenas com a comida da unidade prisional. Também não é concedido banho de sol aos presos e as escoltas estão reduzidas.
“A greve é por tempo indeterminado. Reivindicamos o cumprimento da nossa data base, que o Governo do Estado não cumpre há dois anos. A categoria também pede a reposição da perda salarial nos últimos 13 anos e a alteração da lei 472, que rege a progressão dos profissionais”, pontua. Segundo a lei, a categoria deve trabalhar 50 anos para atingir o teto máximo.
Segundo Martarello, a defasagem salarial chega aos 47%. Em 2002, um agente recebia, em média, dez salários mínimos. Atualmente, um profissional recebe em torno de quatro salários mínimos e meio. A greve foi definida, pois o Governo do Estado não cumpriu todos os benefícios prometidos no ano passado. “Foram concedidos uniformes, que é obrigação do Estado, algumas viaturas e equipamentos de segurança”, destaca.
Conforme o Engeplus, além de Criciúma, profissionais de Araranguá, Tubarão e Laguna aderiram à paralisação. “Hoje pela manhã teremos uma resposta dos agentes do Presídio Santa Augusta, de Criciúma, e dos agentes do Presídio de Imbituba. Na grande Florianópolis, a mobilização está forte. No Norte do Estado, a adesão é de 80%”, comenta. Nesta quinta-feira haverá uma reunião entre os agentes penitenciários e o sindicato, em Florianópolis. Já nesta sexta-feira, uma reunião está marcada com a Secretaria do Estado de Administração, que pode dar uma resposta as reivindicações da categoria.