Duas cidades. Dois pensamentos diferentes. Em Pescaria Brava, no Sul, o governo do Estado só não construirá a Penitenciária estadual se não quiser. Em Paulo Lopes, na Grande Florianópolis, é provável que encontre resistência judicial semelhante a de Imaruí, pois o prefeito é contra a construção e diz estar surpreendido com a possibilidade.
Enquanto o governo catarinense não anuncia a sua decisão, o Diário Catarinense ouviu o que pensam dois dos três municípios sondados para receber a prisão que seria em Imaruí, no Sul, mas que agora terá outro destino.
Empresário do setor de reflorestamento, Antonio Avelino Honorato, é o primeiro prefeito do recém criado município de Pescaria Brava. Ele vê com bons olhos o complexo prisional de 1,3 mil vagas na cidade e confirma ter conversado a respeito com o governador Raimundo Colombo.
Nos seus cálculos, com a prisão, Pescaria pode ter incremento de R$ 300 mil ao mês na receita a partir do aumento da população. Um dinheiro para lá de bem-vindo a fim de implementar ações, garante, lembrando que atualmente a situação é de economia para manter as contas em dia – a cidade tem 140 funcionários municipais.
— Aqui o prefeito não tem carro, não tem motorista, ponho combustível do meu bolso — diz Antonio Avelino Honorato (PSDB), a espera de audiência com Colombo para aprofundar a negociação.
Em Paulo Lopes, o prefeito Evandro João dos Santos (PMDB), é contra e por enquanto não pensa em mudar de ideia. O seu receio maior está na segurança. Sobre incentivos, pensa que as promessas são grandes e nem sempre são cumpridas.
O governo do Estado informou que nada está definido e a fase é de busca de solução, pois a demora no desfecho judicial de Imaruí traz preocupação.
Há mais de seis meses, o Estado enfrenta batalha judicial e não consegue começar as obras da Penitenciária prevista em Imaruí.
Por isso, o governador Colombo procura alternativas e cuida pessoalmente da questão para enfim tirar a prisão do papel, desativar o complexo prisional da Agronômica, em Florianópolis, e abrir novas vagas no superlotado sistema prisional catarinense.