Até a tarde desta segunda-feira (10), a Campanha contra a Poliomielite já vacinou 46% de crianças de seis meses a menores de cinco anos em Santa Catarina. Isto representa 175 mil de um total de 382 mil crianças nesta faixa etária que precisam ser imunizadas contra a paralisia infantil. A meta é alcançar, até o dia 21 de junho, uma cobertura de 95%.
A poliomielite é uma doença infecciosa viral aguda, altamente contagiosa que afeta principalmente crianças menores de 5 anos de idade. O vírus é transmitido por meio de alimentos e água contaminados e se multiplica no intestino, podendo invadir o sistema nervoso.
O Dia D da vacinação contra a pólio, realizado no sábado (8), encerrou com mais de 167 mil crianças vacinadas. “O dia da mobilização nacional foi além de nossas expectativas, pois conseguimos chegar a 43% de cobertura em um único dia”, destaca Eduardo Macário, gerente de Imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Segundo Macário, os pais e responsáveis por crianças de seis meses a cinco anos devem levar seus filhos aos postos para tomar as gotinhas da vacina oral contra pólio (VOP). “Este ano é importante levar a caderneta de vacinação, pois só poderão receber as gotinhas da vacina oral as crianças que já tiveram registro das duas doses da vacina injetável (VIP), ou que já receberam doses da vacina oral em anos anteriores”, destaca Macário.
A vacina protege contra os três sorotipos da poliomielite – I, II e III. “Ela tem eficácia comprovada de até 95% em crianças com o esquema vacinal completo” lembra o gerente de imunização. Há mais de 20 anos não existem registros de casos de poliomielite no Brasil. Ainda assim, o vírus da pólio continua circulando em alguns países da Ásia e África. Só neste ano foram notificados 32 casos de crianças com poliomielite em países endêmicos.
“Para garantir que a doença não seja reintroduzida no Brasil, é importante manter altas e homogêneas taxas de cobertura da vacina contra a paralisia infantil nesta população”, explica o diretor de Vigilância Epidemiológica, Fábio Gaudenzi. Isso significa que é muito importante que todas as crianças com idade entre seis meses a menos de cinco anos, de todos os municípios de Santa Catarina, estejam vacinadas.
Muitas pessoas infectadas não apresentam sintomas da doença (febre, fadiga, cefaleia, vômitos, rigidez no pescoço e dores nos membros), mas excretam o vírus nas fezes, portanto, podem transmitir a infecção para outras pessoas. Quando a infecção ataca o sistema nervoso, ela pode causar paralisia nos músculos da perna e até a morte, quando atinge músculos respiratórios. Não existe tratamento contra a pólio, e somente a prevenção, por meio da vacina, garante a imunidade.