Choque em objetos sem fonte de energia é comum no inverno

É muito provável que a maioria das pessoas já tenha levado “aquele choquezinho” quando encostou em alguém ou algum objeto, como a porta do carro, por exemplo. Mas afinal, o que causa esse efeito já que esses objetos não estão ligados com uma fonte de energia elétrica?

Segundo o professor de física Tédni Goulart, isso ocorre devido a um processo de eletrização. “A explicação para isso é coisa de física mesmo. Não é algo que podemos ver ou prevenir. Há três processos de eletrização, contato, indução e atrito. Quando sentimos esses tipos de choque, o que acontece é a eletrização por contato, que é quando um corpo neutro entra em contato com um corpo eletrizado, e como na natureza os corpos tendem a ser neutros, ao encostar, os corpos dividem os elétrons pra tentar neutralizar essa passagem de um corpo para o outro“, explica.

Para amenizar esses choques e esclarecer mais o assunto, o professor explica que o ideal é mantermos o corpo neutro.  “O fio terra, por exemplo, é um fio ligado diretamente à terra, como é neutra, o excesso de elétrons dos equipamentos ligados na energia, como o computador por exemplo, tendem a ir para a terra para se neutralizar, evitando o choque ao encostar nesses equipamentos. Quando o que está eletrizado não são os aparelhos e sim você, o que ajudaria seria andar descalço na terra, para os elétrons em excesso no seu corpo irem para a terra, deixando você neutro.”, afirma.

De acordo com o Portal SATC, no inverno, uma possível causa para esses choques serem mais frequentes é o uso das blusas de lã. Tédni explica que o material tende a liberar elétrons facilmente quando atritado a outro corpo neutro e, por isso, quando ele entra em contado com algo negativo ou neutro, provoca o choque. “A blusa de lã é um dos materiais que está no topo da série triboelétrica, ou seja, é um tipo de material que se eletriza mais facilmente provocando esses choques.”

Os choques, segundo o professor, não têm nenhum perigo que possa causar risco de morte, por ser de baixa intensidade. “É mais um susto do que um choque” ressalta.