Quase três anos depois de ser eleito com o slogan As pessoas em primeiro lugar, o governador Raimundo Colombo (PSD) aposta na versão catarinense do Bolsa-Família para dar a marca social à sua gestão.
Criado com o objetivo de combater a extrema pobreza, o Santa Renda mostra ainda o alinhamento político entre os governos estadual e federal. E há grande expectativa em torno dos resultados eleitorais da medida.
— É claro que, para qualquer medida administrativa, se espera o retorno político eleitoral — fala o secretário Nelson Serpa (Casa Civil), que nega objetivo eleitoreiro da medida.
Desenvolvido pela Secretaria Estadual de Assistência Social, Trabalho e Habitação, o programa é voltado para famílias catarinenses que tenham crianças e adolescentes entre 0 e 15 anos e que recebam menos do que R$ 80 mensais por pessoa. A União entra com R$ 70 e o Estado com outros R$ 10. Para uma família de quatro pessoas, o Estado vai desembolsar R$ 40, por exemplo.
Essas projeções estão na segunda versão do programa, que teve de ser reestruturado poucos dias depois de ser oficialmente lançado. Em fevereiro, 233 famílias de 11 cidades catarinenses com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre 0,68 e 0,72 receberam o benefício. Na época, segundo a proposta original, cada um ganhou a quantia necessária para complementar o Bolsa-Família e alcançar os R$ 70 mensais por pessoa. O Estado desembolsou R$ 17,6 mil.
Em 19 de fevereiro, com o anúncio do governo Dilma Rousseff (PT) de ampliar o Bolsa-Família e pagar esse complemento para que todos os beneficiários tenham renda de
R$ 70 per capita, a secretaria revisou a proposta original, que falava em famílias com filhos entre 0 e 6 anos.
O Santa Renda volta a ser pago entre junho e julho, mas a propaganda já está no rádio e na TV há pelo menos 10 dias. A pedido de Raimundo Colombo, a publicidade faz a associação com o governo Dilma, inclusive com a logomarca do Bolsa-Família.
A meta do governo do Estado é beneficiar 132.292 catarinenses extremamente pobres até o final de 2014.