O agricultor Silvino Tibincoski, da Vila Selinger, no Bairro Demboski, é um dos primeiros produtores de tomate de Criciúma a iniciar a colheita do fruto. A safra que deve se estender até o início de agosto gera expectativas melhores do que em anos anteriores. Tibincoski plantou mais pés do fruto que no ano passado. Ao todo, serão 8 mil espa-lhados em um hectare de terra.
O engenheiro agrônomo da Epagri de Criciúma, Roberto Longhi, explica que o preço atrativo animou alguns agricultores a aumentarem a área plantada em suas propriedades. A safra será um pouco maior que a do ano passado, que atingiu uma média de 272 mil toneladas”, diz o enge-nheiro agrônomo.
De acordo com Tibincoski, os dias chuvosos ocorridos no mês de abril atrapalharam o desenvolvimento do tomate. “O que prejudicou esta primeira colheita foram os dias de chuva consecutivos em abril, que sapecaram as folhas do tomateiro e acabaram ocasionando doenças, o que gera menos qualidade e produtividade”, relata o agricultor.
Dias secos afetam a produção
Ele acredita que haverá uma queda de 700 caixas das 2 mil esperadas. Para a segunda colheita, que deverá ocorrer no prazo de 45 dias, o produtor estima 1,2 mil caixas, com menos pés plantados. “Algumas propriedades foram muito atingidas, outras menos, porque existem variedades mais resistentes. Os dias secos também podem afetar a produção. Muitos agricultores já estão tendo que mo-lhar as plantações”, esclarece Longhi.
Lucro nem sempre é repassado ao produtor
A produtividade da região não interfere no preço do produto no mercado. A safra local não é garantia de preços menores. “O tomate vem de todo o Brasil”, completa Longhi. O preço deve ficar equilibrado entre R$ 50 a R$ 60 a caixa de 20 quilogramas. “Já tivemos anos em que o quilo do tomate rendeu pouco mais de R$ 1 ao produtor”, destaca o engenheiro agrônomo.
Tibincoski esclarece que o elevado custo do tomate nos supermercados não quer dizer lucro aos agricultores. “Muitas vezes o atravessador do produto é o que mais lucra com isso”, justifica.
Da Região Carbonífera, Criciúma é a cidade que tem maior produção de tomates. São aproximadamente 20 produtores e sete hectares. A produção média é de 38 toneladas por hectare. No mês de setembro, ocorre o plantio da safrinha do tomate. Ao todo, são cerca de 60 hectares de plantio de tomate na região.
Deize Felisberto / Clicatribuna